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Festival Promessas 2014: uma promessa não cumprida!

Há alguns anos, passamos a ouvir que a Rede Globo estava se aproximando dos evangélicos. Afinal, esse grupo religioso era o que mais crescia, e com maior rapidez, no Brasil segundo os dados do IBGE. E as tentativas de aproximação foram diversas: criação de uma feira de produtos gospel, a FIC (Feira Internacional Cristã); a contratação de artistas gospel pela Som Livre; a disposição de colocar uma heroína evangélica em plena novela das nove (disposição que não se concretizou pois a personagem vivida pela atriz Tatá Werneck agradava ao público justamente por seu perfil "piriguete" em busca de marido rico); uma maior divulgação de eventos gospel, como as Marchas para Jesus, nos telejornais locais e até no Jornal Nacional; a criação de um Troféu Promessas, que premiava os melhores artistas gospel; e a criação do Festival Promessas, um show gospel que era editado e cuja transmissão fazia parte das atrações de final de ano da emissora).
A FIC durou uma única edição, já que aparentemente o lucro não foi o desejado por seus organizadores. Apesar da reclamação de alguns artistas gospel, a Som Livre continua trabalhando com essa parcela do mercado fonográfico. Após a não-conversão da personagem Valdirene, surgiu outra evangélica na série O Caçador. Os eventos gospel foram rareando nos principais telejornais, tendo sua pontinha de divulgação nos telejornais locais. O Troféu Promessas sumiu de vez, após a grande gafe do ano passado, quando cancelaram a cerimônia de entrega de prêmios a la Oscar tupiniquim e enviaram os troféus pelo Correio. O Festival Promessas sumiu esse ano da programação natalina da Globo, mas houve uns showzinhos em pequenas cidades, como Mauá em São Paulo e Itaguaí no Rio de Janeiro.
Empresários e artistas de púlpito gospel cortando a faixa de inauguração da FIC - feira gospel da Globo que ficou no esquecimento.
Empresários e artistas de púlpito gospel cortando a faixa de inauguração da FIC - feira gospel da Globo que ficou no esquecimento. "É business".
Da minha parte, dou graças a Deus por tudo isso. A "globalização" dos evangélicos apenas validaria o evangelho-espetáculo, que não tem a menor similaridade com o Evangelho pregado por Jesus, pelos apóstolos (de verdade) e pelos seguidores de Cristo.
Onde, na Bíblia, aprendemos que a divulgação do Evangelho traz lucro? Que a pregação do Evangelho tem que ser algo divertido e agradável aos ouvintes? Que o Evangelho é amigo do mundo?
Deus não se vende. Sua Palavra não se vende. Seu louvor não se vende. E, se fosse possível vender, não haveria dinheiro nesse mundo capaz de pagar.
Salvação não se vende. Verdadeira conversão não se vende. Mas há quem esteja mercadejando com todas essas coisas, e usando do Santo nome de Deus para isso. Afinal, como diria um certo televangelista, "é business".
Thalles Roberto feliz da vida por ter ganho o Troféu Promessas em três categorias. São 3 arcas da aliança, dá pra fazer 3 atos patéticos em 2015.
Thalles Roberto feliz da vida por ter ganho o Troféu Promessas em três categorias. São 3 arcas da aliança, dá pra fazer 3 atos patéticos em 2015.
O fato de milhares chorarem num show gospel não significa que milhares estão convertidos. Essas bandas gospel me lembra muito o estilo musical do U2 e, mesmo sem entender a letra, me emociono como me emocionaria ouvindo With or Without ou One, ou ainda Brother in Arms do Dire Straits. Mas o que quero dizer com isso? Que os artistas gospel são muito bem assessorados, e os acordes, os instrumentos, a progressão que ocorre em suas músicas, juntamente com a voz de choro e os gritos dados pelos cantores leva qualquer um às lágrimas, que são confundidas como expressão de arrependimento. A prova de que não é nada disso é que, embora tenhamos hoje quase metade da população professando doutrinas evangélicas, a violência e todos os males de corrupção de caráter ainda abundam em nosso país.
Se o artista gospel é da Som Livre, o $how pra Jesus é só com um cachê condizente com o padrão Globo de qualidade. Esse negócio de "de graça recebei, de graça dai" é coisa do inimigo.
Se o artista gospel é da Som Livre, o $how pra Jesus é só com um cachê condizente com o padrão Globo de qualidade. Esse negócio de "de graça recebei, de graça dai" é coisa do inimigo.
Não precisamos de artistas gospel sendo idolatrados e honrados por um dom que não lhes pertence, mas que veio de Deus. Não precisamos de shows gospel, onde multidões se deixam levar pela música que é entretenimento para o corpo e anestésico local para a alma. Não precisamos do apoio do mundo, que é inimigo da cruz de Cristo mas se faz de anjo de luz para iludir os incautos; precisamos única e exclusivamente do apoio de Deus.
Tristes dias em que vivemos, onde só se busca a Deus atrás das benesses que o dono do ouro e da prata podem nos dar nessa vida. Tristes dias, nos quais a pregação do Evangelho tem que ser algo divertido e interessante para nós, essa geração movida a selfies, que é o retrato mais fiel do quão egoístas e individualistas nós somos.
Mas esses tristes dias já estavam previstos na Palavra. Ora vem, Senhor Jesus!