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Pague e Peque! Uma Análise sobre a Questão do Dízimo.


“De fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento”. 1ª. Tm. 6:6

A frase de Paulo foi dita ao seu filho Timóteo num contexto de orientação pastoral sobre diversos preceitos que eram necessários ser observados na igreja. O contexto subjacente, todavia, tratava de pessoas que não se conformavam a sã doutrina e faziam alquimia com a mensagem tendo em vista o enriquecimento ilícito.

Que a religião sempre foi fonte de lucro para os perversos, todos nós já sabemos. No caso da religião dos hebreus não era diferente. Por isso Jesus teve aquela reação tão radical quanto ao comércio que era feito no entorno do templo. Na verdade, Ele acabou sendo a “pedra” que“caiu” dentro da “engrenagem” e, como consequência, acabou por desmantelar todo o “sistema”.

Quando a igreja começou a se organizar, a partir de Jerusalém, nos deparamos imediatamente com um episódio que nos oferece algumas informações sobre a questão de como o dinheiro era tratado entre os “do Caminho”. O texto que nos trás esta narrativa está no capítulo 5 de Atos, e registra o episódio da morte de Ananias e Safira.

Pois bem, este casal, de comum acordo, vendeu uma propriedade por certo dinheiro, mas, na hora de trazer a oferta aos“pés dos apóstolos”, subtraiu parte do valor “devido”. Por conta disso e, na minha análise, com intenções “pedagógicas”, Deus permitiu que ambos caíssem mortos diante de toda a comunidade.

Há três questões relevantes nesta passagem que podem nos trazer discernimento e luz suficiente para tratarmos deste ponto tão controverso da fé cristã que é a questão do dízimo.

Em primeiro lugar, a morte sumária de Ananias e Safira demonstrava claramente que Deus não iria mais permitir que se trouxesse diante dEle qualquer que fosse a oferta sem que houvesse como contrapartida a consciência necessária para tal.

Diferentemente da “religião do templo”, que tinha por costume receber “sacrifícios” sem questionar sua razão ou procedência, agora estava posto um novo paradigma, e ele apontava para o fato de que o Senhor não iria mais admitir que a Ele se trouxesse qualquer que fosse a oferta se esta não fosse acompanhada por uma consciência reverente e um coração devotado.

Em segundo lugar, no verso 3, vemos Pedro questionando severamente Ananias pelo fato dele ter mentido ao Espírito Santo. Logo em seguida, sem qualquer explicação, o homem espirou e caiu morto.

O que ficou patente, então, era que atitudes performáticas, como a dos fariseus, que davam quantias vultosas para se exibirem publicamente e ficarem quites com a “Fazenda Celestial”, não tinham mais qualquer desdobramento ou significado, pois, só na luz e na verdade se poderia caminhar no Caminho. Assim, todo disfarce acabava por se constituir estelionato do ser, dessignificava as razões e intenções do coração e tornava inaceitável tudo o que se desejasse trazer perante Deus.

Em terceiro lugar, no verso 4, Pedro nos coloca diante de duas intrigantes questões. Ele faz duas asseverações bastante relevantes e que dão margem a fazermos algumas conjecturas. São elas: (1) “A propriedade não lhe pertencia?”. E (2) “Depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder?”. Ora, o que Pedro está afirmando são duas coisas importantíssimas, a saber:

(1) Que Deus não requer de ninguém que nenhum tipo de oferta lhe seja trazido a não ser que haja motivação no coração para fazê-lo. Os bens que possuímos são nossos por dádiva Sua e assim deve permanecer salvo o caso de haver em nós, de forma livre e espontânea, generosa e apaixonada, consciente e racional, a motivação de vendê-los e ofertá-los. Ninguém, sobre nenhum pretexto, pode ser constrangido a desfazer-se de seus bens sem que deseje fazê-lo, tendo como pretexto e subterfúgio a falsa justificativa de que“deus” está requerendo aquilo que é “seu” para a obra do “reino”.

(2) Que o fruto de toda receita que obtivermos, seja pela venda de um bem e, por analogia, pelo trabalho, pelo recebimento de uma herança, ou seja pelo que for, é nosso, e assim deve continuar salvo haja em nós uma motivação de ofertar parte dela ou mesmo o todo a Deus. O que Pedro afirmou a Ananias foi que, uma vez vendida à propriedade, 100% do valor era seu, e não 90%, descontado o dízimo, ou outro percentual qualquer. O que ficou posto, portanto, foi que a partir de então, toda contabilidade que fazemos com o Eterno é uma questão meramente humana, e não um requerimento Divino.

Quando olho para as práticas vigentes em nossos dias, para o espólio dos incautos através da venda de “milagres”, do tráfico de influência, da venda de objetos supostamente imantados, das barganhas feitas com o “sagrado”, das manipulações calcadas em frases de efeito, dos cálculos que garantem o retorno sobre o “investimento”, fico imaginando o que pensa o Todo-Poderoso a respeito disso...

O que temos aí é, na verdade, doutrinas de demônios! É o “pague e peque”, o “dá ou desce”, o “dê que cresce” e o “você merece”. Eu confesso que temo e tremo só de imaginar como o Pai tratará aqueles que estão profanando o Sangue do Cordeiro. Sim, é isto que estão de fato fazendo, uma vez que reeditam a necessidade de se fazer novamente sacrifício em prol de se alcançar todo tipo de benesse e, de quebra, até a salvação.

E mais... Peca quem faz da igreja seu cabide ministerial, sua realização pessoal, quem retira financeiramente dela aquilo que ela não suporta, quem compromete quase que integralmente todas as receitas para viabilizar o salário de obreiro(s) e pastor(es). Eu sou pastor, servo da igreja, portanto, tenho autoridade para pregar o que prego!

De minha parte, continuarei a asseverar aquilo em que creio, conforme vejo em vários textos do Novo Testamento, sobretudo em Paulo, que dá quem quer, quanto quer, como bem entender. Oferta é uma questão de consciência, de zelo, de compromisso, de paixão. Quem não está provido destes pensamentos e sentimentos não deve dar nada a Deus, pois, assim fazendo, torna sua oferta abominação ao Senhor!

Portanto, quem quiser pregar sobre o dízimo que assim o faça, com boa consciência e fé, deixando as pessoas livres para fazê-lo com alegria, como recomenda Paulo aos Coríntios. Ensine que a prática não se constitui "Lei do Tesouro", nem assuste o povo com textos fora de contexto, como no caso de Malaquias 3, totalmente inaplicável para a igreja, nem tão pouco estabeleça metas e percentuais a serem alcançados, pois igreja não é empresa!

Por fim, se cremos que Jesus é o Cabeça da igreja, então, Ele que se responsabilize por provê-la. Se, ela, por algum motivo, vier a se inviabilizar por questões financeiras, melhor mesmo é fechá-la, pois, se o Dono não a deseja, porque nós deveríamos insistir em mantê-la? 

As raízes do neopentecostalismo brasileiro


Em maio de 2010 surgia a mais nova denominação neopentecostal brasileira: a Igreja Mundial Renovada. Também conhecida como Igreja Renovada da Fé em Jesus Cristo, a IMR surgiu um mês após a saída do Bispo Roberto Damásio da Igreja Mundial do Poder de Deus. Membro da cúpula da IMPD (à época, terceiro no poder após o Bispo Josivaldo Batista), Roberto Damásio anunciou a sua saída no dia 20 de abril, sem revelar os reais motivos. No mês seguinte, a IMR estreia seu primeiro programa na NGT. Passados quase dois anos (completará no próximo mês, 29), a Igreja Mundial Renovada já possui diversas filiais pelo Brasil e chegou à África. Sua presença nos meios de comunicação continua ativa e em fase de crescimento, com participação nas tardes e madrugadas da Rede TV, além de diversos programas radiofônicos.

O rápido crescimento da IMR e de outras denominações neopentecostais se explica em parte pela ofensiva de sua liderança e pelo espírito mercantilista que caracteriza suas atividades. O poder da comunicação e a ênfase nas campanhas de cura e libertação são características comuns do Neopentecostalismo. Quando falamos de neopentecostalismo, estamos nos referindo aos grupos cuja origem remonta aos movimentos de confissão positiva dos EUA, através de líderes como Essek William Kenyon e Kenneth Hagin. No Brasil, apesar de estabelecida a década de 70 como o período em que começa a se desenvolver o que Paul Freston chama de “terceira onda pentecostal”, o neopentecostalismo surge a partir de um conjunto de elementos característicos da “segunda onda pentecostal”, como o uso da mídia audiovisual na difusão doutrinária, o liberalismo, o combate às religiões de possessão e as campanhas de prosperidade.

A Igreja do Evangelho Quadrangular e a Igreja Cristã de Nova Vida foram os celeiros de onde o atual movimento neopentecostal surgiu e se estruturou. Harold William e Raymond Boatrigtht, atores e missionários enviados ao Brasil pela Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular, romperam com o tradicionalismo pentecostal brasileiro ao introduzir no país o pentecostalismo de costumes liberais. Começando por São João da Boa Vista (SP), em 1951, a IIEQ alcançou a capital do Estado em 1954, daí se espalhando por todo o país. À IIEQ se aliaram diversos lideres e membros das igrejas pentecostais e das igrejas históricas, atraídos pela mensagem de cura divina, propagadas a partir de São Paulo e tendo como ponto de apoio os programas radiofônicos.

Do Canadá, veio o Bispo Walter Robert MacAlister, que, a convite da IIEQ, pregou no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil, atraindo um grande número de seguidores. Depois de passar pelas Filipinas, Taiwan, Hong Kong e Paris, MacAlister decidiu se estabelecer no Brasil, morando primeiro em São Paulo e depois no Rio de Janeiro. Era o ano de 1959 quando MacAlister, sua esposa e filhos decidem se mudar para o Brasil. Dos filhos do casal (eles tiveram dois), Walter Robert MacAlister Jr. sucederia o pai na direção da Igreja Cristã de Nova Vida, algumas décadas depois. Estabelecido no bairro do Bonsucesso, em 1964, o primeiro templo da ICNV serviu de base para a inauguração, em 1971, do templo sede em Botafogo. A existência da ICNV está associada às campanhas de cura e libertação, promovidas pelo Bispo MacAlister, primeiro na Rádio Copacabana, em 1960, e depois com o programa Coisas da Vida, na extinta TV Tupi, a partir de 1978. No começo da década de 80, MacAlister abdica da pregação televisiva ao afirmar que a “televisão cria monstros” - talvez em referência ao Bispo Edir Macedo, que, à época, dava seus primeiros passos na telinha, em um programa intitulado “O Despertar da Fé”, também veiculado pela TV Tupi, canal 6.

O pai do neopentecostalismo brasileiro

Natural do Rio de Janeiro, Edir Macedo abandonou o curso universitário sem o concluir. Dizia ser uma pessoa deprimida. Procurou alívio no Catolicismo, não encontrando. Fez-se então adepto do espiritismo, sofrendo nova decepção. Depois de algum tempo se converteu ao pentecostalismo, ingressando na Igreja Cristã de Nova Vida. Da convivência com os irmãos, conhece seu futuro genro e parceiro de ministério, Romildo Soares – mais tarde Missionário R.R. Soares. Era 1968. Quatro anos depois deixam, juntamente com Roberto Augusto Alves e os irmãos Samuel e Fidelis Coutinho, a ICNV, quando, no mesmo ano, fundam a Igreja Cruzada do Caminho Eterno. Em 1977, após a saída dos irmãos Coutinho da ICCE, Edir Macedo, Romildo Soares e Roberto Augusto mudam o nome da denominação para Igreja Universal do Reino de Deus, começando na Abolição (zona norte do Rio de Janeiro) - Roberto Alves, que sagrou Edir Macedo como Pastor e recebeu deste também a unção, regressou à ICNV. Descontente com a prepotência e o espírito mercantilista de Edir Macedo, Romildo Soares deixa também a IURD para fundar, em 1980, a Igreja Internacional da Graça de Deus.

Único no poder, Edir Macedo coloca em prática parte de sua experiência e aprendizagem na Igreja Cristã de Nova Vida e associa a está o liberalismo da Quadrangular, criando em pouco tempo um império que, três anos depois, alcança os EUA, ao fundar a primeira IURD em Monte Vermont, Nova York. Nove anos depois chega a Portugal, e em 1996 funda a primeira IURD no Japão. Segundo Campos, o sucesso da Igreja Universal pode ser medido ainda pelo número de templos abertos até 1995: 2.014 no Brasil e 236 em 65 países, nos quais são atendidos cerca de quatro milhões de pessoas, que participam dos “cultos”, “correntes de fé” e “campanhas de fé”. (Lusotopie, 1999, p. 355)

Embora discordante de alguns pontos defendidos por MacAlister, Edir Macedo se apropria de parte de sua mensagem, que envolvia cura divina e prosperidade por meio da fé. Deu prosseguimento, também, ao trabalho nos meios de comunicação, elegendo a televisão como seu cavalo de Tróia. Até então explorada por pentecostais, como a Assembleia de Deus, e igrejas históricas, como a Batista e a Presbiteriana, a televisão passa a ser palco, nos anos seguintes, do trabalho de convencimento e propaganda da Igreja Universal e da Igreja Internacional da Graça de Deus e, futuramente, da Igreja Mundial do Poder de Deus. As pentecostais e históricas ocupariam uma pequena parcela de horários, com exceção do programa “Vitória em Cristo”, antes sem denominação oficial, mas a partir de 2010 ancorada na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, sendo Silas Malafaia o presidente.

Da IURD à Mundial Renovada

Da Igreja Universal do Reino de Deus surgiriam inúmeras outras igrejas neopentecostais, com exceção da Renascer em Cristo (de origem pentecostal – seus fundadores eram membros da Igreja Pentecostal da Bíblia, Jabaquara, SP), da Igreja Evangélica Cristo Vive (fundada pelo ex-pastor da Igreja Cristã de Nova Vida, o angolano Miguel Ângelo) e de grupos minoritários, como a Bola de Neve (fundada pelo Apóstolo Rina, ex-pastor da Renascer em Cristo) e Sara Nossa Terra (fundada pelos bispos Robson e Maria Rodovalho, de origem presbiteriana).

Da Igreja Universal surgiria, ainda no fim da década de 70, uma dissidência organizada pelos irmãos Coutinho. As duas maiores dissidências da IURD, entretanto, surgiriam nas décadas seguintes: a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980) e a Igreja Mundial do Poder de Deus, do Apóstolo Valdomiro Santiago (1998). Da IIGD não se conhece nenhuma dissidência, mas da IMPD surgiriam, entre 2010 e 2011, quatro igrejas: a Igreja Mundial Renovada (05/2010), Igreja Missionária do Amor (08/2010), o Templo Mundial Resgate da Fé (09/2010) e a Igreja Evangélica Celeiro de Deus (10/2011). Das igrejas dissidentes, três foram fundadas por aliados de Valdomiro Santiago: Givanildo de Souza (segundo na cúpula da IMPD e fundador da IMA), Roberto Damásio (terceiro na ordem e fundador da IMR) e Sebastian de Almeida (homem de confiança da IMPD e fundador do TMRF). Do quadro original de dirigentes e apresentados em matéria publicada pela revista Época, apenas Francileia de Oliveira (esposa de Valdomiro Santiago) e Ronaldo Didini (ex-homem de confiança de Edir Macedo, e consultor de mídia da IMPD) permanecem ao lado do fundador. Para às igrejas dissidentes também seguiriam, em grande número, outros bispos da IMPD. Outros líderes e igrejas dissidentes surgirão nos próximos dias. Aguarde! 

PORQUE NÃO ACREDITO EM PREGAÇÕES DE AUTOAJUDA

Lamentavelmente, do Oiaopoque ao Chuí o que mais vemos são pregadores despreparados assumindo os púlpitos de suas igrejas. Na verdade, ouso afirmar que encontrar um bom pregador cuja teologia seja saudável é quase uma missão hercúlea. Confesso que estou cansado de ouvir pregações vazias, superficiais, materialistas, humanistas e triunfalistas, de gente que contraria totalmente o ensino bíblico.

Infelizmente o que mais se ouve em nossos púlpitos é “você vai obter vitória”, “Você é um vencedor”, “tome posse da bênção”, “Use a palavra para trazer à existência as coisas que não existem”, “determine, decrete, diga para o irmão que está ao seu lado e bla, blá, blá…”

Para piorar a situação, nossos púlpitos estão repletos de pregadores que abandonaram a exposição das Escrituras em detrimento a técnicas de auto-ajuda. Nessa perspectiva, tenho sido testemunha de inúmeras pregações cujo foco final é a satisfação humana. Aliás, por acaso você já percebeu que boa parte dos pastores tem dado forte ênfase a técnicas de psicologia e psicanálise em suas homilias? Pois é, a impressão que tenho é que alguns pregadores se tornaram psicólogos, mestres de auto-ajuda, afagadores do ego.Diante do exposto gostaria de elencar algumas razões porque não acredito em pregadores e pregações de autoajuda:

1- Pregadores de autoajuda pregam aquilo que o povo quer ouvir e não o que precisa ouvir.

2- Pregações de autoajuda tiram Cristo do foco. O foco central de mensagens deste tipo de mensagem é a satisfação humana.

3- Pregações de autoajuda são desprovidas de arrependimento, quebrantamento e centralidade das Escrituras.

4- Pregações de autoajuda não focam na glória de Deus. Para os pregadores do bem estar, o que importa é a busca pela plenitude de vida, ainda que com isso, Deus tenha que ser transformado em um menino de recados.

5- Pregadores de autoajuda não pregam sobre a volta de Cristo, sobre o Justo Juiz, nem tampouco sobre juízo vindouro, além é claro das doutrinas fundamentais a fé crista.

6- Pregadores de autoajuda são positivistas, muitas vezes pelagianos, e outras tantas animadores de auditório.

7- Pregadores de autoajuda não fundamentam suas mensagens nas Escrituras e sim naquilo que Freud e outros gurus da psicologia e psicanálise acreditavam ser bom para o homem.

8- Pregadores de autoajuda relativizaram as Escrituras em detrimento as suas percepções ideológicas.

9-Pregações de autoajuda, não pregam “Tota Scriptura” e sim somente aquilo que consideram conveniente.

10- Pregações de Autoajuda contribuem com uma visão distorcida do Eterno, fazendo de Deus um ser apequenado, cujo propósito de existência é satisfazer os caprichos humanos.

À luz dessas afirmações confesso que sinto-me profundamente entristecido em ver que homens de Deus têm abandonado a suficiência das Escrituras em detrimento aos ensinamentos humanistas. Ora, sem a menor sombra de dúvidas a Bíblia é fonte inesgotável, incomparável, insubstituível, indispensável, inequívoca, indiscutível de sabedoria. As Escrituras Sagradas contém remédio para a psiquê. A Santa Palavra de Deus é o nosso maior e melhor manual de aconselhamento. Como bem disse o salmista: a Palavra de Deus é “perfeita e restaura a alma”; é “fiel e dá sabedoria aos símplices”; é correta e alegra o coração; é pura e “ilumina os olhos”. Seus ensinos são “mais desejáveis do que o ouro, mais do que muito ouro depurado”. Por meio dela, o povo de Deus é advertido, protegido do erro e de angústias, e, “em os guardar, há grande recompensa” (Sl 19.7-11).

Socorro, o pastor me amaldiçoou com uma praga evangélica

Socorro! fui amaldiçoado pelo pastor com uma praga evangélica.

Pois é, volta e meia eu ouço alguém contanto um drama deste tipo. Basta contrariar a visão apostólica do pastor que lá vem maldição.

Infelizmente não são poucos os líderes que ao se sentirem frustrados amaldiçoam seus liderados. Em nome de Deus, tais pessoas rogam “pragas e desgraças” para aqueles que em algum momento da vida se contrapuseram a seus sonhos e vontade. É nesta perspectiva, que tem emergido em nossas comunidades o toma-la-dá-cá evangélico. Basta alguém cogitar mudar de igreja que lá vem maldição.

Tais líderes partem do pressuposto que o pastor em nome de Deus tem o poder de amaldiçoar outras pessoas através da oração positiva e determinante. Em outras palavras, os caras ensinam que o pastor pode rogar ao Senhor da glória o aparecimento de desgraças e frustrações na vida de seus desafetos, determinando assim a desventura alheia. À luz disso, não tenho a menor dúvida em afirmar que comportamentos como estes não ficam a dever em nada aos trabalhos de feitiçaria feitos por ai.

Infelizmente a igreja evangélica mergulha em alta velocidade no buraco da sincretização, deixando pra trás valores, virtudes e princípios onde a afetividade e o amor deveriam ser marcas indeléveis de uma comunidade que conhece a Cristo.
Isto, posto, afirmo sem titubeios que maldições descabidas não possuem poder algum sobre os crentes em Jesus. Somos de Deus, pertencemos a Deus, e ninguém, absolutamente ninguém, pode amaldiçoar aqueles que Deus pela sua graça abençoou.

Vergonha de ser evangélico

Quando a Igreja Católica Romana tornou-se o que tornou-se no século 16, praticando absurdos como a venda de indulgências e outros desmandos, Lutero protestou afixando suas 95 teses na porta da igreja castelo em Wittenberg, Alemanha, a 31 de Outubro de 1517. Os católicos, para denegrir a imagem dos discordantes, cunharam o termo "protestante", em especial devido à grande manifestação de alguns Estados e príncipes alemães, em 1529, que protestaram contra decisões de caráter religioso, mas de motivação também política. Em contrapartida, os que seguiam a proposta reformadora do excomungado Lutero e seus simpatizantes começaram a usar o termo "evangélico", na época visto (veja você) como menos polêmico e que remetia a uma das características positivas de tudo o que a Reforma significou: o retorno à mensagem evangélica original. Lindo. O adjetivo "evangélico" é simplesmente lindo, pois nos define como aqueles que seguem o sagrado Evangelho de Jesus Cristo, as boas-novas do Deus encarnado, a graça do Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo. Eis a essência do evangélico: abraçar o Evangelho e vivê-lo custe o que custar.

Até há pouquíssimo tempo, todo mundo sabia que "evangélico" é sinônimo de "cristão de tradição protestante", ou ainda "pessoa que segue o cristianismo segundo definido pela Reforma Protestante". Só que aí vieram os escândalos. Igrejas "evangélicas" neopentecostais espantando o país com todo tipo de prática espúria, Teologia da Prosperidade praticada por "evangélicos" sendo esfregada na cara do mundo, celebridades de vida mundana se apresentando como evangélicas, exorcismos praticados por "evangélicos" como shows, roubalheiras em nome de Jesus saindo na primeira página do jornal, "evangélicos" chutando imagens de santas, bancada "evangélica" no governo envolvida em mutretas e tramoias, artistas "evangélicos" usando o nome de Deus para enriquecer, eventos "evangélicos" infernizando o trãnsito e a paz das cidades, pastores-celebridades "evangélicos" atacando outros setores da sociedade em rede nacional de TV com agressividade... enfim, a lama voou para todo lado.

Os setores evangélicos sérios começaram a olhar isso tudo com espanto. De repente, o Evangelho passou a ser escândalo para o mundo não mais por sua mensagem contracultural, mas porque aqueles mais visíveis que se dizem seus porta-vozes passaram a praticar tudo às avessas do que se esperaria de um servo de Jesus. Hoje, basta qualquer não-evangélico ligar a TV sábado de manhã para ver "pastores evangélicos" vendendo unções em troca de R$ 900 - o que, é óbvio, é um tremendo absurdo e todos os que não são minimamente ingênuos percebem isso. Um ateu hoje liga a TV e assiste a "pastores evangélicos" aos berros contra gays, ofendendo e atacando. Sem entrar pelo mérito, aos olhos da sociedade aquele indivíduo representa todos nós e, se ele é tão agressivo e estúpido na hora de falar, todos devemos ser. E quando nos apresentamos como evangélicos somos automaticamente associados a esses ensandecidos empresários da fé e... sentimos vergonha, lógico. Quem não sentiria?

O não-evangélico hoje liga na TV cuja dona é uma igreja "evangélica" e assiste a reportagens denunciando... outras igrejas "evangélicas". Não é preciso ser um gênio para ver o que está por trás daquilo: dinheiro e poder. O não-evangélico liga a TV e assiste a um Festival de música "evangélica" onde os artistas são iguaizinhos aos artistas do mundo, fazem tudo igual. Mas em nome de Jesus, claro. E isso é escândaloso para quem tem o mínimo de senso crítico, pois fica estampado em verde e amarelo que aquilo ali é apenas uma jogada para venda de CDs da gravadora pertencente à mesma organização que a emissora de TV.

Para piorar, entra o fenômeno da celebridade em ação: como esse punhado de pouquíssimos pastores são vistos como a quarta pessoa da Trindade por milhares de pessoas, começaram a arrebanhar um povo que somou-se a eles nesse discurso que partiu de razões pessoais e tornou-se o evento social e antropológico que estamos analisando aqui.

Em resumo: alguns que se dizem "evangélicos" e estão mais visíveis aos olhos do mundo acabaram fazendo o mundo associar todos os evangélicos a eles. Ao que eles fazem. Ao jeito como falam. Aos seus interesses visivelmente interesseiros. A tudo de mais horrível, réprobo e pecaminoso que representam. Outros, que tomaram atitudes ou inventaram teologias que contrariam a Bíblia foram rejeitados pelos evangélicos que viram o absurdo que há no que praticam e pregam e arrastaram consigo montes e montes de fãs com seu discurso "antievangélico". Hoje são figuras tristes, que chamam irmãos na fé de malditos e filhos do Diabo ou se portam como moleques de rua.
E, adivinha só? O mundo vê tudo isso. Sabe para quem sobrou? Para mim e para você, meu irmão evangélico. E de repente, muitos passaram a sentir vergonha de ser associados a toda essa baixaria, abrindo mão de uma definição belíssima historicamente, que define não o que os canalhas da fé são, mas o que Jesus plantou e Lutero, Calvino e outros resgataram - e que transformou a História da Igreja.

Ser evangélico, então, é seguir o Evangelho de acordo com a doutrina fundamental resgatada por Lutero, Zwinglio e Calvino, que traz em si como pontos fundamentais a prioridade das Escrituras, a justificação pela fé e o sacerdócio universal dos cristãos. É o que eu sou. E vou brigar pelo direito de me definir pelo que sou.

Se há aqueles que usam o Evangelho de Jesus como fonte de lucro, trilhando um caminho de escândalos e de práticas antibíblicas, cabe a nós, que nos consideramos fiéis ao Evangelho e que renegamos essas práticas, deixar claro que eles saíram de nós mas não eram de nós.
Não vamos deixar meia-dúzia de falsos "evangélicos" denegrir o Evangelho. Vamos denunciar seus erros e suas práticas apócrifas. Vamos denunciar seu comportamento e suas ideias como algo estranho ao nosso corpo. Vamos purgar o mal que está em nosso meio pela proclamação da verdade que denuncia a mentira.  Postar-se de queixo erguido na porta da frente, de peito aberto, e assumir quem somos e quem eles são e que não compartilhamos da mesma fé... essa sim é a resposta.

Sou a favor do aborto de anencéfalos


Muito tem se falado sobre o aborto de anencéfalos, as questões éticas, médicas, psicológicas e religiosas envolvidas nesse ato bárbaro. Mas o que poucos falam é que a Igreja evangélica no Brasil tem sofrido uma epidemia de anencefalia. Essa palavra complicada significa ao pé da letra "pessoa com falta de encéfalo", ou, de modo mais popular, "pessoa sem cérebro". Bem, se você está pensando que vou entrar aqui na questão do aborto de seres humanos anencéfalos eu peço desculpas por decepcioná-lo, mas não é esse o foco da minha reflexão. O que vou abordar não é ausência de massa encefálica nos indivíduos. É a forma como muitos de nós, cristãos, têm usado sua massa encefálica no que tange à Igreja e que faz com que ela nada mais sirva senão para ocupar espaço dentro do crânio. O que dá na mesma.
Temos massa encefálica mas muitos não a estão usando adequadamente. Ou seja: em grande parte, nosso cérebro está se tornando pouco útil para o Reino de Deus. O que dá na mesma que não tê-lo. Muitos se tornam ávidos consumidores do veneno que meia-dúzia de formadores de opinião E-VAN-GÉ-LI-COS destilam pela TV, as redes sociais, os blogs, twitcams e suas conferências cooptadoras de corações e mentes e não ponderam biblicamente ou historicamente sobre o que estão falando. Por isso, muitos cristãos anencéfalos estufam o peito e começam a meramente repetir uma enorme quantidade de conceitos forjados, clichês e besteirois dos pontos de vista escriturístico e histórico. E por uma simples razão: não se dedicam ao estudo da Bíblia e não conhecem nada de História da Igreja. E, como são locomotivas desembestadas mas sem ter trilhos históricos ou bíblicos onde trafegar, acabam arrebentando tudo pelo caminho. Seus alicerces são quebradiços e o terreno onde erguem seus conceitos é areia movediça.
Nossos anencéfalos inundaram as redes sociais. Todo santo dia você entra no twitter ou no facebook, assiste a uma twitcam ou vê no YouTube um desfile de falta de conhecimento e reflexão. Daí surgem pérolas do pensamento cristão da era pós-traumática causada pelo neopentecostalismo. Que a Igreja vai mal todos sabemos, basta ler livros como o brilhante O Fim de Uma Era, de Walter McAlister, que mostra por A+B por que uma parcela da Igreja vai falir. 
Teologia da Prosperidade; falsos religiosos em busca de poder e dinheiro; escândalos absurdos envolvendo líderes na TV e sendo proclamados aos quatro ventos; telepastores vendendo unção financeira; cantores gospel se prostituindo em programas de TV só para divulgar seus CDs; pastores sem nenhuma vocação sendo ordenados e por isso machucando milhares de ovelhas que se desviam ou se desigrejam; pastores ávidos por poder e influência usando charme, mídia, tecnologia e até falando palavrão de púlpito para conquistar o nicho dos jovens; marxismo sendo travestido de cristianismo; dons espirituais sendo forjados para manipular pessoas; a seriedade e a sacralidade dos cultos a Deus sendo substituída por uma irreverência de show de pagode; desmerecimento do estudo teológico, propagação de uma fé sofista que põe o homem como medida de todas as coisas, professores liberais de seminário ensinando que Deus não controla as forças da natureza... Enfim, se formos listar todos os males que hoje tornaram grande parte da Igreja anencéfala ficaríamos falando até amanhã.
Então chega. Abortemos toda a anencefalia que esvaziou a caixa craniana de muitos dos nossos irmãos. Passemos a ler mais bons livros. A estudar a Bíblia. Paremos com esse preconceito bobo e preguiçoso de estudar teologia. Vamos abolir nossa admiração pelas frasezinhas bonitinhas dos famosos do twitter, os videozinhos de teologia vazia do YouTube e, em especial, a gritaria da televisão.  Chega de pensar pela cabeça desses famosos e não pela Bíblia. Chega de viver uma fé por tabela. Aprenda com os antigos. Leia os clássicos e ignore os best-sellers. Ler superficialidades como "A Cabana" não vai te levar a lugar nenhum. Aborte isso da sua vida.
Pense. Questione. Mas não feche suas conclusões com o primeiro famoso que cruzar seu caminho. Duvide das celebridades. Ouça o conselho dos anônimos (esses em geral têm bem menos rabo preso com interesses financeiros, políticos, empresariais ou ministeriais). Não quero que você concorde comigo. Quero que você PENSE. Que saia da esfera de influência dos que te arrebanharam com pensamentos pré-concebidos. Quer te usam como massa de manobra. Que lucram nas suas costas. Que se promovem e vendem CDs ao fazer você venerá-los. Que não querem ser criticados e por isso puseram na tua cabeça que "o crítico é um enrustido que tem inveja do sucesso dos outros" - e você nem percebeu o incrível absurdo que é essa frase e que ela por si só constitui uma crítica.
Pense, meu irmão. Pense, minha irmã.
E vamos abortar a anencefalia que hoje invadiu a Igreja como uma peste. Vamos fazer a igreja voltar a ser Igreja - mas da forma certa. E não de modo desmiolado.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.


Enquanto isso, numa igreja que prega Teologia da Prosperidade...

Depois da teologia da prosperidade, os ditados populares não são mais os mesmos…





















Como seriam os ditados populares sob a ótica da teologia da prosperidade? A teologia da prosperidade, além de revolucionar [para pior] o meio cristão, também veio para revolucionar o mundo dos ditados populares. Vejam os novos ditados baseados nessa teologia:


* Diga-me quanto é a tua oferta e te direi quem és.

* Quando a oferta é demais o apóstolo [não] desconfia.

* Em terra em que não se estuda a Bíblia, quem tem uma revelação é rei.

* Oferta pouca é bobagem.

* É melhor um fiel ignorante na mão, do que dois voando [para uma igreja séria].

* Quem oferta sempre alcança.

* Contra ofertas (polpudas) não há argumentos.

* De jatinho apostólico se vai longe.

* Campanha da prosperidade não faz mal a ninguém.

* Dinheiro é o que traz felicidade.

* Quem semeia ofertas não colhe adversidades.

* De grão em grão o apóstolo enche o jato.

* Ofertar hoje, para receber a bênção amanhã.

* Doutrina da minha igreja não se discute.

* Saco de oferta vazio não pára em pé.

* Não dê pérolas aos porcos, dê aos apóstolos.

* Quem oferta o que quer, ouve o que não quer.

* Não há nada como uma reunião da prosperidade após a outra. [o cofre fica cheio!]

* Quem entra na igreja é para ofertar.

* Não deixe para amanhã a oferta que você pode dar hoje. [vai que amanhã você não vem!]

* Para quem quer a “bença”, meia revelação basta.

* Determinar não ofende.

* Quem dá para a igreja oferta a Deus.

* Ofertem pouco, ofertem muito, mas ofertem pra mim

* A pregação é prata. A oferta é ouro.

* Quem oferta quer ganhar. [algo de volta de Deus]

* O pior crente é aquele que não quer ofertar.

Que país é este?

"Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação,
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?"
(Renato Russo)

Que país é esse, onde Juizes lesgislam em lugar do Congresso Nacional?
Que país é esse que os pais não podem dar uma palmada nos seus filhos, mas podem assassinar uma criança no ventre?
Que país é esse que o aborto é defendido?
Que país é esse que gasta milhões construindo estádios de futebol e sucateia hospitais e escolas?
Que país é esse que deputados e senadores se locupletam do erário público enchendo os bolsos de propina?
Que país é esse que congressistas se relacionam com bicheiros?
Que país é esse onde os miseráveis e excluídos se multiplicam a cada dia?
Que país é esse onde a morte e violência se tornaram coisas banais?
Que país é esse de apagões aéreos, éticos, politicos e sociais?
Que país é esse onde o que importa é levar vantagem, ainda que isto signifique negociar valores éticos e morais?
Que país é esse onde a taxa tributária é uma das maiores do mundo?
Que País é esse onde pessoas morrem por falta de atendimento médico?
Que país é esse onde se comprovam fraudes, corrupção e marucutaias praticadas por congressistas e o Congresso descaradamente os absolve, desrespeitando toda população brasileira?
Que é país é esse onde ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação?
Que país é esse? País do faz-de-conta? Ou da pátria Amada nada gentil, BRASIL?

Cachorros, crianças abortadas e o cinismo de alguns evangélicos.

Antes de qualquer coisa quero ressaltar que amo animais. Eu mesmo possuo um cachorrinho o qual trato muito bem. Isto, posto e esclarecido, vamos aos fatos:

Há pouco houve um enorme burburinho por parte dos evangélicos quanto ao caso de uma senhora ter espancado seu cachorro de estimação. Pois é, vi no nas mídias sociais, na televisão, em blogs uma quantidade impressionante de pessoas indignadas, esbravejando e amaldiçoando a agressora com palavras impublicáveis. De fato, fiquei impressionado com o vigor usado por alguns na defesa dos animais.

Ontem o Supremo Tribunal Federal aprovou por oito votos a dois uma lei que permite uma mãe assassinar seu filho abortando-o, desde que o diagnóstico médico seja de anencefalia.

Ao contrário do que podia imaginar, para minha surpresa não houveram tantas manifestações por parte dos evangélicos quanto ao direito à vida de uma criança anencéfala. Na verdade, para nossa tristeza, alguns dos evangélicos nos últimos anos tem se preocupado mais com cachorros do que com gente. Segundo estes, cachorros e animais precisam ser preservados (o que concordo) e fetos anencéfalos devem ser descartados, mortos, despejados na lata do lixo.

Não sei se você sabe, mais em 2005 o segmento de artigos sofisticados para animais de estimação movimentou cerca de R$ 4,2 bilhões. Nesse lindo e maravilhoso comércio é possível encontrar Jóias exclusivas, guarda-roupa de dar inveja à mais consumista das mulheres e tratamento estético capaz de transformar feras em belas não são mais privilégios de consumidores abastados.

Caro leitor, em nossas terras tupiniquins se gasta milhões de reais com os fru-frus e balangandãs dos animais de estimação. Se não bastasse isso, a cada novo dia, novas modalidades são inventadas no desejo único de satisfazer as necessidades de sua majestade, o Pet. Interessante também que neste país de milhares de pet shops, de hotelaria pra cachorros, de xampus especiais, de psicólogos caninos, bem como alimentação de fazer inveja a muita gente boa neste país, milhões de pessoas, passam fome, vivendo abaixo da linha da pobreza, experimentando o caos, a vergonha e até mesmo a morte.

Será que você não fica chocado com isso? Pois é, eu fico! Antes que os defensores dos animais se levantem e me execrem, condenando-me dizendo que os seus bichinhos tem todo o direito de serem tratados com “singular humanidade”, aliais, segundo o ex-ministro do trabalho, Rogério Magri, os animais são “seres humanos” como outro qualquer.

Claro que animais, precisam ser tratados com carinho, atenção e respeito, contudo, confesso que fico estarrecido em saber que cães e gatos levam vidas de príncipes enquanto o homem criado a imagem e semelhança de Deus, assassina seus semelhante num ato de eugenia.

Que pais é este? Já perguntava Renato Russo na década de 90. Que sociedade é essa? Como dizia o poeta: A burguesia fede!

É! meus amigos, parece que o amor de muitos está se esfriando!

Que Deus tenha misericórdia dessa geração!

Evangélicos não praticantes

Até o início de minha vida adulta eu ouvia falar de "católicos não praticantes": em geral, indivíduos nascidos de pais católicos, batizados na igreja católica, que iam a uma missa aqui e outra ali, quando tinham de dizer sua religião se apresentavam como católicos... Mas que não faziam a menor ideia do que dizia a Bíblia, não sabiam nada de história da Igreja, não se comportavam segundo a ética cristã. Enfim, eram os "católicos nominais". Hoje eu passei dos 40 anos de idade e sou obrigado a admitir que essa lepra contaminou os evangélicos. Sim, estamos cercados por todos os lados por evangélicos não praticantes, um fenômeno relativamente novo. "Os bíblias são pessoas sérias", dizia os mais velhos, quando eu era criança. Pois os evangélicos nominais estão se alastrando numa velocidade crítica. E as redes sociais estão esfregando isso na nossa cara de modo inequívoco.

A grande diferença entre o católico não praticante e o evangélico não praticante está na freqüência às reuniões religiosas semanais: enquanto o católico não praticante vai vez por outra à missa, o evangélico não praticante vai todo domingo à igreja. E as diferenças param por aí. Pois o evangélico não praticante não lê a Bíblia. Simplesmente não lê! Passam-se sete dias na semana, ele pode ter 3 ou 4 bíblias de estudo em casa mas não toca nelas. E, como não lê, não sabe o que ela diz. Não a estuda. Se lê alguma literatura cristã é de autores água com açúcar, e meia-dúzia de escritores brasileiros da moda. E isso entre a leitura de “A Cabana” e “Crepúsculo”.

A fé do evangélico não praticante é por tabela: forma suas crenças com base no que outros pregaram, cantaram, falaram. Por isso, fica assustadíssimo quando dizemos que a frase “não cai uma folha da árvore se Deus não deixar” não está nas Escrituras. Mas, curiosamente, acha que entende à beça de Bíblia e entra em profundas discussões teológicas como um jogador de futebol discutindo física quântica. Peita grandes teólogos e líderes religiosos com mais de 30 anos de estrada como se fossem acéfalas peças de museu sem contato com o mundo real. A verdade pertence ao evangélico não praticante.

Esse é um verbo muito presente nos lábios de um evangélico não praticante: "Achar". Você entra em uma argumentação com ele sobre um tema bíblico e a resposta contém quase sempre esse verbo: "Ah, mas eu não acho que seja assim não", justifica-se, com sua teologia de corredor de igreja. E quando você embasa seus argumentos em cinco ou seis passagens, em normas de hermenêutica, em princípios da exegese, ele desconversa e sai com um "Ah, mas eu já ouvi o pastor fulano dizer no blog dele que..." vira as costas e vai embora. Sempre "achando", claro. Não tem jeito: o evangélico não praticante é um analfabeto bíblico: não se interessa por ler a Bíblia e monta sua forma de agir e de ser em cima de um achismo cristão absoluto.

O evangélico não praticante também não sabe nada de história da Igreja. Não entende a cronologia do Antigo Testamento, ignora fatos da Igreja primitiva, fala enormes bobagens sobre a "maldita igreja institucional", questiona pontos elementares, que os patriarcas dos cinco primeiros séculos já responderam. Aí você explica, diz o que foi debatido nos concílios, conta como se deu a sistematização de certas praticas e doutrinas e..."Ah, mas eu não acho que seja bem assim".

O evangélico não praticante tem opiniões próprias sobre aquilo que Deus deixa claro nas Escrituras. Como não as conhece, tem conhecimento sobre algumas informações soltas a respeito do Altíssimo e a partir delas formula toda sua doutrina de fé. O argumento predileto: Deus é amor! Então não me venham dizer que Deus é contra o divórcio, o namoro em jugo desigual ou mesmo falar uns palavrõezinhos, pois Ele ama todos e por isso não ia querer a infelicidade de seus filhos nem fica cerceando nossa liberdade! É a graça! É o amor! No achismo do evangélico não praticante Deus libera tudo pois... Ele é amor e, afinal, vivemos na dispensação da graça! Quando você explica a ele que havia graça no Antigo Testamento e Lei no Novo ele fica revoltado e logo solta um "Ah, não acho isso não".

Para o evangélico não praticante, ira de Deus, justiça de Deus, ciúmes de Deus e a possibilidade do inferno são coisas muito estranhas, pois... Deus é amor! Deus é graça! E como acha que Deus é uma espécie de homem grandão com superpoderes, não consegue assimilar o conceito de um Deus incompreensível e inalcalçável à mente humana, de uma natureza tão diferente da nossa, tão mais elevada, sublime e misteriosa, que não dá - como Romanos 9 deixa tão claro - para compreendê-lo tendo o homem e seus valores antropocêntricos como parâmetro.

O evangélico não praticante não tolera que você questione a presença de artistas gospel em programas de TV seculares ou que você diga que aquele pastor famosão que fica plantando tags no twitter e tem milhares de fãs está dizendo heresias. Afinal...ele é famosão! Defende a Igreja! Aparece no Jornal Nacional! Tem o sobrenome dos cantores gospel da moda! Como alguém assim poderia estar errado??? "Ah, não acho não...". O evangélico não praticante é tão limitado em seu discernimento
espiritual que não percebe que fazer eventos gigantescos não avança a causa de Cristo. Que o Evangelho é pregado muito mais eficientemente no boca a boca do que com um plim-plim no meio. "Afinal, temos que pregar a tempo e fora de tempo!", brada sem entender as verdadeiras razões que levaram aqueles artistas gospel ao palco. Ele REALMENTE acredita que a nação toda se converterá porque a cantora gospel da moda foi a um programa de TV da Globo ou ao Raul Gil. "Ô glória, uhuuuuuuuuuuuu!!!! Hooooooooooo!!!", brada exultante com a cantora que faz o povo ímpio balançar as mãos do mesmo modo que um cantor de pagode faria - e com dançarinas seminuas atrás.

O evangélico não praticante ora pouco. Ora sempre antes das refeições porque, ora bolas, é o que um evangélico faz! Mas não tira momentos para Deus. Não abre mão do seu programa de TV favorito para dedicar 15 minutos ao Pai. Para isso servem os cultos, não é? Se jejua não sabe explicar muito bem por que devemos jejuar, mas afinal o pastor disse que era para jejuar e os irmãos da igreja jejuam, então ele acha que jejuando fará parte da galera. Mas não sabe explicar a mecânica ou a teologia por trás do jejum. O evangélico não praticante acha que estudar teologia é besteira, o importante é amar! “Ah, eu sou de Cristooooo!”, estufa o peito.

O evangélico não praticante um dia morrerá e não irá para o Céu. E só de eu falar isso ele já se irou e pensou “quem é você para julgar os outros???”. Pois o evangélico não praticante acha que qualquer coisa que contraria sua fé popular é “julgamento”. Mas eu digo isso por uma simples e óbvia razão: o evangélico não praticante… não pratica o Evangelho.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Silas Malafaia, bigodes e etc.


Neste último sábado (7/04) Silas Malafaia apresentou duas grandes novidades em seu programa Vitória (na loteria de) Cristo:

a) Graves denúncias sobre a forma como o movimento homossexual tem atuado em ataque aos seus direitos civis; E
b) O resultado de um transplante de bigode para testa que o mesmo realizou recentemente (auh auh).

Eu até admirava algumas posições do Malafaia quando ele tinha bigode (algumas, veja bem, risos). Naquele tempo, ele era contra a teologia da prosperidade, o G12, o cai-cai e outras aberrações. Pois bem, como sabemos, junto com o bigode, foi o bom-senso e a sã doutrina.

Agora, de bigode invertido na testa, parece que o homem está começando a dar sinais de normalidade, risos. A reforma capilar não está completa e nem a teológica - segue a “semeadura santa”... Quem sabe um ajuste neurológico-capilar acerta a coisa toda...

Sobre o processo originado no Ministério Público (aquele dos porretes e cacetes generalizados -sic-),  penso que o Malafaia foi absolutamente infeliz no seu discurso, na forma, dando um exemplo muito ruim para um líder cristão, portanto, o processo tem lá a sua procedência e merecimento.

Eu não gosto da teologia do camarada, de suas posições éticas e nem do seu cabelo novo, risos. Para mim, ele com suas bribas de 900 merreis e suas sementes de mil contos são o supra-sumo do 171 gospel.

Acho também que toda a sua atuação na frente LGBTRSVUVWXYZ (faltou alguem?) tem sido repreensível e, no fim das contas, tem prejudicado mais do que ajudado.

Nosso papel é acolher o pecador e não criar neste ojeriza completa por tudo o que tenha aparência de igreja! E não me venham com esta conversa de, foram eles que começaram, eles que querem nos destruir e tal e coisa que, salvo melhor juízo, pecador sempre desejará seguir pecando e, nem ao menos, tem a noção de que o seu modo de vida é pecaminoso ou que ele ou ela precise ser salvo de qualquer coisa, de si mesmo e de qualquer juízo transcendental. Somos nós quem devemos fazer como Cristo e nos aproxirmarmos em amor, exercendo a caridade, proclamando a Boa Nova, deixando o Espirito Santo fazer a boa obra, a seu tempo, que irá transformar pecadores em arrependidos... Dai, segue a promessa.

Eu não me sinto representado por Malafaia nesta questão e nem em qualquer outra.

Contudo, Malafaia tem o direito de ser Malafaia, adorar mamôn, pedir a bença à Baal, comer rabanada fora de época, vestir terninho cetim risca de giz tipo sinhozinho malta e ser cafona e brega até o quanto a maioria dos gospel consegue e gosta de ser que eu nem tô ai pra o babado....

E quem quiser bater palmas para ele passar, que bata que ninguém tem nada com o peixe. Sempre vai ter maluco disposto a aplaudir um outro mais doido marchando... e ainda pagando caro pelo camarote!

NORDESTE, MALAFAIA E SEUS MEGATEMPLOS VÊM AÍ!

Silas Malafaia continua com seus planos de expandir a Assembleia de Deus Vitória em Cristo para todos os estados brasileiros. Malafaia planeja construir um templo com capacidade para receber 20 mil pessoas na capital cearense. Para realizar esse projeto o pastor segue negociando com proprietários de dois terrenos da cidade.

Além desse megatemplo o pastor assembleiano também estuda a abertura de novas igrejas em Salvador, Natal, João Pessoa, Maceió, Teresina e São Luís, segundo informou o jornalista Felipe Patury, da revista Época.

Pois é, o Nordeste tem sido alvo principal de shows gospel, cruzadas, e investimentos milionários como este do Silas Malafaia. Isto procede, e é preocupante! Enquanto os sertões, cidades pobres e locais hostis anseiam pelo pleno conhecimento da Verdade e um apoio social, os vendilhões da fé, de olho no perpetuar de suas paredes bem caiadas minam as metrópoles, maior local de disputa de fiéis e grande movimentação econômica. Para cutucar novamente os pensamentos e projetos do “Silas Malafeita” – já que o Mala vai pra Fortaleza – trago novamente o vídeo com um recado importante de um missionário que trabalha no sertão do Ceará. Não custa nada gastar esse dinheirão na terra do irmão sertanejo, lá onde “boi com sede bebe lama” até “urubu morre de fome”.
 

A adolescência e a prostituição

Ouça esta clássica canção da música popular brasileira, composta em 1976 por Cartola. A música ficou conhecida como "A vida é um moinho" e segundo alguns, Cartola a escreveu para sua filha que com 13 anos de idade entrou na prostituição.

"Ainda é cedo, amor
mal começaste a conhecer a vida
já anuncias a hora da partida
sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Presta atenção, querida,
embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor,
presta atenção, o mundo é um moinho
vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
vai reduzir as ilusões a pó

Presta atenção, querida,
de cada amor tu herdarás só o cinismo
quando notares estás à beira do abismo
abismo que cavaste com os teus pés. "

Lamentavelmente a prostituição infanto juvenil ocorre em todos os lugares deste imenso país, sendo muito mais grave nas capitais dos estados. Infelizmente inúmeras meninas tem entrado nesse mundo de destruição, levando pais, mães e avós a um profundo estado de angustia na alma.

A igreja e o bungee jumping teológico que entretém a multidão

No século passado, o pastor protestante Charles Spurgeon advertiu certa vez que a igreja estava se afastando da pureza do evangelho. E este alerta ecoa até aos nossos dias e a igreja não pode ignorar diante de tantos abusos e um evangelho tão distorcido que muitos líderes têm defendido e divulgado em nossas igrejas brasileiras.

Comunidades e pastores que em nome dos resultados tem tornado o cristianismo mais teatral e atraente, com bastante luz, shows, cambalhotas… Enfim, inovações que sutilmente tem tomado o lugar da pregação e exposição fiel das Escrituras.

Na verdade, um tipo de bungee jumping teológico que mais entretém a multidão. Um novo cristianismo onde existe ausência da profundidade bíblica, exposição do pecado, da mensagem da cruz, renúncia pessoal como a natureza espiritual da genuína fé cristã.

O que se observa é um evangelicalismo moderno descendo a níveis baixos misturando a verdade de Deus com um tipo de religião de entretenimento e adaptações mundanas para atrair as multidões. Com isso é obscurecido o cristianismo histórico e a pregação de todo o conselho de Deus que penetra e impacta poderosamente a alma do mais incrédulo pecador.

Parece que alguns líderes evangélicos não acreditam mais na suficiência das Escrituras. O que presenciamos em muitas congregações é a ênfase do aqui e agora tornando as Escrituras absolutamente superficiais.

Outro evangelho onde o auto-interesse terapêutico ofusca o conhecimento de Deus, o marketing triunfa sobre a pregação, as opiniões e estratégias humanas excedem à confiança na exposição bíblica e as preocupações com poder e status quo são mais óbvias do que o preocupar-se com a piedade e a fidelidade cristã.

Que a igreja não se comprometa tornando a Escritura mais aceitável. Que a sua pregação seja pura e sem artifícios mundanos.

Que os nossos pastores e líderes não recorram à industria de marketing para ajudá-los a atrair pessoas para Cristo, mas descansem unicamente no soberano poder de Deus. Que a igreja se esforce cada vez mais para resgatar a verdade de Deus que é eterna e relevante para todas as culturas, épocas e lugares.

Caio Fábio comenta guerra entre Valdemiro Santiago e Edir Macedo.

O reverendo Caio Fábio comentou a reportagem da TV Record sobre Valdemiro Santiago da Igreja Mundial do Poder de Deus.


Confira a íntegra no vídeo abaixo:




Os 10 pastores que não respeito e não admiro

O joio está espalhado dentro da igreja como ensinam as escrituras (Mt 13. 26). Isso não é novidade para ninguém. Apesar de designar aqui o termo “pastores” a essas pessoas que citarei abaixo, não tenho a intenção de diminuir aqueles que fazem jus a esse termo tão lindo mostrado nas escrituras, e que realmente pastoreiam de coração as ovelhas do Senhor. Usei esse termo somente para facilitar a identificação dessas pessoas.

Os dez pastores que não respeito e não admiro são:


1- O que faz do púlpito um palco de shows = A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desse pastor, que explora as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de Deus.

2- O que explora financeiramente as ovelhas = Esse pastor é muito ambicioso e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisa de muito dinheiro. E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão (legais). Ele não liga para o que a Bíblia ensina e inventa formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.

3- O que insiste em querer fazer a agenda de Deus = Um pastor que quer determinar lugar, dia e hora para Deus agir não merece meu respeito. Segunda: Deus age na família; terça: nas finanças; quarta: Deus dá o Espírito Santo; quinta: Deus faz conversões e sexta: Deus liberta as pessoas de demônios. Deus agora está preso em uma agenda criada pelo homem?

4- O que ilude as pessoas com amuletos, objetos ungidos e unções que não vem de Deus = Esse pastor escraviza pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desvia a fé que deveria ser unicamente no Deus soberano para objetos e unções (falsas) e extravagantes. Trabalha com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem.

5- O que “profetiza” o que Deus não mandou profetizar = Usa sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos.

6- O que faz com que seus fieis o adorem = Ele é visto como um semideus pelos seus fieis. O pior de tudo é que não faz nada para mudar essa situação, pois adora ser paparicado, adora status, adora demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão. Seu prazer é ver multidões afluindo em sua direção com desejo de glorificá-lo.

7- O que usa o dinheiro dos dízimos e ofertas para seu próprio enriquecimento = Esse pastor-empresário é formado e pós-graduado em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas da igreja que, segundo diz ele, é usado para a obra de Deus. Ele engana multidões que bancam sua vida de ostentação.

8- O que prega a teologia da prosperidade = Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a Teologia da prosperidade é um câncer, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo.

9- O que usa versículos isolados da Bíblia para fundamentar doutrinas destruidoras = Esse pastor adora inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreça seus pensamentos e desejos.

10- O que [acha] que determina a ação de Deus = É uma piada dizer que um homem determina algo ao Todo-Poderoso, mas essa ousadia acontece. Palavras ousadas saem da boca desse pastor determinando, ordenando, exigindo que Deus faça determinadas coisas que, segundo ele, Deus tem de fazer. Coitado, não tem nem noção da besteira que faz! E o pior: ensina as pessoas a agirem também assim!

Esses são os pastores que não respeito e não admiro.

Confissões de Uma Sobrevivente da MIR (G12)


Por Roselaine Perez
Eu tive que digerir depressa demais o amontoado de quesitos que a Visão Celular possuía, parecia que tinha mudado de planeta e precisava aprender o novo dialeto local, e urgente, para conseguir me adaptar.

Ganhar / consolidar / discipular / enviar, almas / células/ famílias, Peniel, Iaweh Shamá, honra, conquista, ser modelo, unção apostólica, atos proféticos, mãe de multidões, pai de multidões, conquista da nação, mover celular, riquezas, nobreza, encontro, reencontro, encontros de níveis, resgatão, Israel, festas bíblicas, atos proféticos, congressos, redes, evento de colheita, prosperidade, recompensa, multidão, confronto, primeira geração dos 12, segunda geração dos 12, toque do shofar, cobertura espiritual, resultado, resultado, resultado, etc.
 

Era início do ano de 2002 quando fomos a Manaus, eu e meu marido, para recebermos legitimidade, enquanto segunda geração dos 12 do Apóstolo Renê Terra Nova no estado de São Paulo. As exigências eram muitas e muito caras:
 
•Compra do boton sacerdotal num valor absurdo.
•Hospedagem obrigatória no Tropical Manaus, luxuoso resort ecológico, às margens do Rio Negro, não um dos mais caros, mas “O” mais caro de Manaus (conheci Pastores que venderam as calças para pagar 2 diárias no tal resort e outros que deixaram a família sem alimentos para entrar na fila dos zumbis apostólicos, num Thriller nada profético).
• Trajes de gala Hollywoodianos.
• Participação obrigatória num jantar caro da preula após a cerimônia, tendo como ilustre batedor de bóia nada menos que o Apóstolo Renê e seus cupinchas.
•Tudo isso para ter a suprema dádiva de receber a imposição de mãos do homem, com direito a empurradinha na oração de legitimação e tudo ( uhuu!).
 
 
Nem mesmo em festa de socialite se vê exageros tão grandes em termos de exibição de jóias, carros, roupas de grife e todo tipo de ostentação escandalosa.

Hoje, sem a cachaça da massificação na cabeça, sinto vergonha e fico imaginando como Jesus seria tratado no meio daquela pastorada.

Ele chegaria com sandálias de couro, roupa comum, jeito simples, não lhe chamariam para ser honrado, nem tampouco perguntariam quem é o dono da cobertura dele , pois deduziriam que certamente dali ele não era.

Estive envolvida até a cabeça – porém não até a alma – na Visão Celular durante quase 5 anos, em todas as menores exigências fui a melhor e na inspiração do que disse Paulo "...segundo a justiça que há na lei dos Terra Nova, irrepreensível."

Entreguei submissão cega às sempre inquestionáveis colocações e desafios do líder, sob pena de ser rebelde e fui emburrecendo espiritualmente.

Me pergunto sempre por que entrei nisso tudo e depois que este artigo terminar talvez você me pergunte o mesmo, mas minha resposta tem sempre as mesmas certezas:

Todos nós precisamos amadurecer e, enquanto isso não acontece, muitas propostas vêm de encontro às fraquezas que possuímos e que ainda não foram resolvidas dentro de nós.
 
A partir da minha experiência pude enxergar as três principais molas propulsoras que fazem funcionar toda essa engrenagem:

1) A lavagem cerebral
A definição mais simples para lavagem cerebral é “conjunto de técnicas que levam ao controle da mente; doutrinação em massa”.

Em todas as etapas da Visão Celular se pode ver nitidamente vários mecanismos de indução, meios de trabalhar fortemente as emoções onde o resultado progressivo desta condição mental é prejudicar o julgamento e aumentar a sugestibilidade.

Os métodos coercivos de convencimento, os treinamentos intensos e cansativos que minam a autonomia do indivíduo, os discursos inflamados, as músicas repetitivas e a oratória cuidadosamente persuasiva são recursos que hoje reconheço como técnicas de lavagem cerebral, onde há mudanças comportamentais gradativas e por vezes irreversíveis.

2)
Grandezas diretamente proporcionais
O Silvio Santos manauara é uma incógnita. Se em por um lado ele é duro e autoritário, noutro ele é engraçado, carismático e charmoso. Num dos Congressos em Manaus, me levantei da cadeira para tirar uma foto dele, que imediatamente parou a ministração e me chamou lá na frente. Atravessei o enorme salão com o rosto queimando, certa de que iria passar a maior vergonha de toda a minha vida, que o “ralo” seria na presença de milhares de pessoas e até televisionado. Quando me aproximei não sabia se o chamava de Pastor, Apóstolo, Doutor, Sua Santidade ou Alteza, mas para minha surpresa ele abriu um sorriso de orelha a orelha e fez pose, dizendo que a foto sairia bem melhor de perto. A reunião veio abaixo, claro, todos riam e aplaudiam aquele ser tão acessível e encantador.
 

Acontecimentos assim, somados à esperta e poderosa estratégia de marketing que Terra Nova usa para transmitir suas idéias, atraem para ele quatro tipos de pessoas:

•As carentes de uma figura forte (o povo simples que chora ao chamá-lo de pai).
• As que desejam aprender o modelo para utiliza-los em seus próprios ministérios falidos.
•Aquelas que desejam viver uma espécie de comensalismo espiritual, que vivem de abrir e fechar notebooks para ele pregar, ganhando transporte e restos alimentares em troca, as rêmoras da Visão.
•As sadomasoquistas espirituais. É tanta punição, tanto sacrifício, tanta submissão, que fica óbvio que muita gente se adapta a esse modelo porque gosta de sofrer. As interpretações enfermas do tipo “hoje eu levei um peniel do meu discipulador, então me agüentem que lá vou eu ensinar o que aprendi.”, eram a tônica das ministrações.
Pode acreditar que essas quatro classes de pessoas representam a grande maioria.

3) A concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida

O conceito da Visão Celular mexe demais com o ego, é sedutor, encantador, promissor, põe a imaginação lá no topo, puro glamour. A ganância que existe dentro do ser humano é o tapete vermelho por onde a desgraça caminha. Essa tem sido uma das causas pela queda de tantos e tantos pastores, por causa das promessas de sucesso rápido e infalível.
 

Renê não sabe com quem está lidando, mas é com gente!

Ele talvez ignore (não que ele seja ignorante) que cada ser humano é um universo e que as informações vão reproduzir respostas completamente inesperadas em cada um.

EU ASSISTI, na terra do Terra Nova, o “tristemunho” de uma discipuladora que, para confrontar e educar uma discípula, havia chegado à loucura de bater nela, para que a mesma parasse de falar em morrer. Esse é o argumento dos incapazes, dos que não conseguem levar cada triste, cada suicida ou deprimido às garras da graça de Cristo, mas que querem se fazer os solucionadores das misérias do povo.

Eu tenho até hoje péssimas colheitas dessa péssima semeadura, assumo meus erros e me arrependo profundamente de cada um deles:
 
• Quase perdi Jesus de vista
•Minha família ficou relegada ao que sobrava de mim.
•Minha filha mais velha, hoje com 23 anos, demorou um bom tempo para me perdoar por eu ter repartido a maternidade com tantas sanguessugas que me usavam para satisfazer sua sede de poder.
•Minha mãe teve dificuldade para se abrir comigo durante muito tempo porque, segundo ela, só conseguia me ver como a Pastora dura e ditadora. Tenho lutado diariamente para que ela me veja somente como filha.
•Fui responsável por manter minha Igreja em regime escravo (mesmo que isso estivesse numa embalagem maravilhosa), por ajudar a alimentar a ganância de muitos, por não guardá-los dessa loucura.
•Colaborei com a neurotização da fé de muitos, por causa da perseguição desenfreada pela perfeição e por uma santidade inalcançável.
•Fiquei neurótica eu mesma, precisando lançar mão de ajuda psicológica devido a crises interiores inenarráveis, ao passo que desenvolvia uma doença psíquica de esgotamento chamada Síndrome de Burnout*, hoje sob controle.
•Vendi a idéia da aliança incondicional do discípulo com o discipulador, afastando sutilmente as pessoas da dependência de Deus.
•Invadi a vida de muitos a título de discipulado, cuidando até de quantas relações sexuais as discípulas tinham por semana, sem que isso causasse ofensa ou espanto.
•Opinei sobre o que o discípulo deveria comprar ou não, tendo “direito” de vetar o que não achasse conveniente. A menor sombra de discordância por parte do discípulo era imediatamente reprimida, sem qualquer respeito. Quando isso acontecia os demais tomavam como exemplo e evitavam contrariar o líder.
•Aceitei que fosse tirada do povo a única diretriz eficaz contra as ciladas do diabo: a Bíblia. Não que ela não fosse utilizada, mas isso era feito de forma direcionada, para fortalecer os conceitos da Visão. Paramos de estudar assuntos que traziam crescimento para nos tornarmos robôs de uma linha de montagem, manipuláveis, dogmatizados.
•Fomentei a disputa de poder entre os irmãos ignorando os sentimentos dos que iam ficando para trás.
•Perdi amigos amados e sofri demais com estas perdas. Alguns criaram um abismo de medo, que é o de quem nunca sabe se vai ganhar um carinho ou um tapa, um elogio ou um peniel, mas sei que esse estigma está indo embora cada vez mais rápido. Outros me abandonaram porque não aceitaram uma Pastora normal, falível e frágil. Eles queriam a outra, a deusa, aquela que alimentava neles a fome por ídolos particulares.
Dentro da Visão, nossa Igreja esteve entre as que mais cresceram e deram certo na região, mas desistimos porque, acima de todo homem e todo método, somos escravos de Cristo.

Talvez o mais difícil tenha sido a transição do meu eu, a briga daquilo que eu era com o que sou hoje até que se estabelecesse Cristo em mim, esperança da glória.

Prossigo, perdoada pelo meu Senhor, tomando minhas doses diárias de Graçamicina, recriando meu jeito de me relacionar e compreender mais as falhas alheias e as minhas próprias.

Prossigo, reaprendendo a orar e adorar em silêncio, livre dos condicionamentos, admitindo meus cansaços, me permitindo não ser infalível, sendo apenas gente...Pastoragente!

Que belos problemas a Palavra de Deus tem trazido para você?

O irmão Josef compartilhou comigo o vídeo que coloco a seguir. São apenas 22 minutos, que mostram claramente aquilo que os profetas da prosperidade e da confissão positiva rejeitam: que a Bíblia é um livro perigoso, que traz problemas a quem o lê, não riquezas sem fim ou a solução de todos os problemas.
Jesus mesmo disse que é muito difícil um rico entrar no Reino dos Céus; que os que sofrem são bem-aventurados; que nosso Reino não é aqui, e por isso sofremos nessa terra. Por que temos a pretensão de pensar diferente de Jesus? Porque o inimigo dos homens nos fez reinterpretar a Bíblia segundo sua vontade, não a de Deus; segundo uma visão antropocêntrica da vida, firmada no homem, no anseio de prover suas necessidades individuais, por mais extravagantes que sejam, e fazendo de Deus nosso empregado, nosso mordomo, aquele que tem porque tem que nos dar tudo aquilo que pedimos, afinal num versículo isolado o pastor nos ensinou assim. E pior, chamam a isso de Evangelho de Jesus.

Nessa semana, onde relembramos o sacrifício de Cristo na cruz, que possamos refletir sobre isso. Será que Jesus morreu para que ganhemos a unção financeira dos últimos dias? Será que Deus deu Único Filho numa morte humilhante diante dos homens para que tenhamos a melhor casa e o melhor carro, enquanto milhares de cristãos sofrem torturas e necessidades vitais por esse mundo afora (muitas vezes, até sentados do nosso lado no banco da igreja)?

Vivemos dias terríveis, onde o Evangelho foi deturpado em prol do homem. Os novos mandamentos são: Amai a mim sobre todas as coisas, ao próximo apenas diga que vai orar por ele, e a Deus, ame se Ele fizer aquilo que queremos. Maldita teologia da prosperidade! Malditas heresias criadas em nome de Deus!!!

Assista ao vídeo e reflita. Você está tendo belos problemas por seguir a Cristo? Se não estiver, repense sua vida cristã. Afinal, o mundo combate os que não são dele. Se o mundo é seu amigo, algo muito errado está acontecendo.
 

O princípio básico da liderança cristã

O princípio básico da liderança cristã está registrado nas palavras de Cristo: “Qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal” (Marcos 10.43). A liderança cristã deve ser serviçal, ou seja, aquele que deseja o ministério e apresenta vocação precisa demonstrar a sua aptidão para servir todos os homens. O líder cristão não é um aristocrata que manda e desmanda, mas sim um auxiliar que ajuda e fortalece o seu grupo.

Jesus Cristo, certamente, é o melhor exemplo de líder servidor, como disse o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 8.9: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos”. Jesus se entregou por toda a humanidade a fim de ganhar alguns.

Quando Jesus via que alguém o bajulava baseado em interesse mesquinhos Ele logo respondia abertamente: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20). Jesus veio para servir e não para ser servido por pessoas interesseiras em um lugar privilegiado em seu Reino. Muitos, naquela época, viam em Jesus um líder político que libertaria Israel da opressão de Roma. Alguns seguiam a Cristo interessados nas bonanças de um reino terreno.

O modelo de Jesus Cristo tem como base a humildade, a paciência, o exercício da piedade e a visão que os liderados devem ser servidos. O verdadeiro pastor não arranca as lãs da ovelha para proveito próprio, mas vive em função de sua cuidado e como guia.

O apóstolo Paulo seguia o modelo de Cristo. Escrevendo para a Igreja em Corinto ele diz: “Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos” (2 Coríntios 12.14). O apóstolo tinha uma grande preocupação que ninguém entendesse que ele via no ministério uma fonte de lucro e benefício pessoal.

Que pena que muitos perderam a preocupação e o bom senso! Quanta não veem a estrutura ministerial como aristocrática? É uma pena que a Casa do Senhor vire balcão para politicagem baixa, nepotismo e senso de grandeza. É uma pena.