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Valdomiro Santiago entrega um bispo a Satanás


Hoje eu fui surpreendido por um vídeo onde o "apóstolo"  Valdomiro entregava um dos seus desafetos a Satanás. No vídeo, o autodenominado apóstolo, diz que fazia isso com a autoridade que Deus lhe deu e que o individuo amaldiçoado amargaria sofrimentos por ter  tocado no ungido do Senhor.
  
Antes de qualquer coisa para inicio de conversa o ministério apostólico cessou depois da morte de João. Hoje, não possuímos mais apóstolos. Em segundo lugar é importante ressaltar que em I Corintios 5:1-13, quando Paulo lamenta o fato de que um pecador que estava tendo relacionamentos sexuais com a mulher de seu pai ainda não tivesse sido entregue a Satanás pela igreja, ele não o fez, no sentido de vingança. Na verdade, Paulo nesse texto está tratando de disciplina eclesiástica, a qual deveria ser promovida na igreja local e que tinha por objetivo final a salvação da alma do pecador. Todavia,  os "apóstolos" modernos, que desconhecem regras básicas de exegese e hermenêutica tem interpretado o texto de forma equivocada. Nessa perspectiva não tem sido poucos os líderes que ao se sentirem incomodados com os questionamentos doutrinários de seus desafetos, amaldiçoam os que lhes questionam.

Para nossa vergonha, em nome de Deus, os autointitulados apóstolos tem rogado“pragas e desgraças” àqueles que em algum momento da vida se contrapuseram a seus desejos e vontades. É nesta perspectiva, que tem emergido em nossas comunidades o toma-la-dá-cá evangélico. 

Em certas igrejas discordar do ensino do pastor significa "tocar no ungido do Senhor" e quem o faz, comete rebeldia. Aliás, a palavra “rebeldia” tem sido usada para todo aquele que foge dos caprichos fúteis de uma liderança enfatuada. Em tais comunidades, discordar do apóstolo ou profeta quase que implica com que o discordante tenha o seu nome  colocado na “boca gospel do sapo”. Senão bastasse isso os adeptos da maldição, partem do pressuposto que o pastor em nome de Deus tem o poder de amaldiçoar outras pessoas através da oração positiva e determinante. Em outras palavras, os caras ensinam que o pastor pode  rogar ao Senhor da glória o aparecimento de desgraças e frustrações na vida de seus desafetos, determinando assim a desventura alheia. 

Caro leitor, isso não é, não foi e nunca será o evangelho de Cristo. 

À luz das Escrituras  não tenho a menor dúvida em afirmar que comportamentos como estes afrontam os ensinos de Jesus e dos apóstolos. Todavia, a igreja evangélica devido a ignorância bíblica e teológica, dá ouvidos a apedeutas da fé mergulhando assim no buraco da sincretização, deixando pra trás valores, virtudes e princípios onde a afetividade e o amor deveriam ser marcas indeléveis de uma comunidade que conhece a Cristo. 

Isto, posto, afirmo sem titubeios que as maldições proferidas pelos adeptos da teologia da vingança afrontam de forma efetiva os ensinos das Escrituras.  

Ao contrário dos que se dizem apóstolos, os apóstolos verdadeiros ensinavam o perdão aos adversários. Paulo por exemplo escreveu aos Romanos: "abençoai os que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis" (Rm 12:14). Nosso Senhor também ensinou " Eu, porém, vos digo: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus."(Mateus 5:44). 

Bem diferente do ensino de Valdomiro. 

Pense nisso!

Heresias, heresias, negócios à parte: um desabafo pela saudade de um tempo que não volta mais.


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Fonte: Site Expocristã

“Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem;
Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo.
Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” – 1 Coríntios 5:9-11

“Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.
Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.
Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o,
Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” – Tito 3:8-11

Houve um tempo em que o que unia as mais diferentes igrejas cristãs era Jesus Cristo. Lembro-me de uma das aulas de catecismo católico, de quando criança. Alguém perguntou quais as religiões que seriam salvas, e o catequista disse que certamente os católicos, os crentes (naquela época acho que não era comum o termo “evangélicos”) e os ortodoxos. Ou seja, doutrinas que possuem grandes diferenças mas que entendem adorar ao mesmo Deus, reconhecendo Cristo como o Filho de Deus enviado à terra para a remissão dos pecados da humanidade.

Aquela era uma época mais poética, religiosamente falando. Os católicos eram católicos e os crentes eram realmente crentes. E esses últimos eram poucos. Lembro-me que havia uma colega de classe cuja família andava sempre com roupas cobrindo boa parte do corpo e andavam muito sérios, sendo referência de integridade. Naquela época, ser crente era ser honesto, era ser acima de qualquer suspeita. E era também um ato de negação, pois realmente negavam os prazeres do mundo, os bailinhos, Raul Seixas e o incipiente rock nacional, pilequinhos e namoros longos (que podiam se tornar algo mais íntimo). Alguns nem assistiam televisão!

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Não à toa, naquela época poucos eram os que se assumiam crentes ou evangélicos, pois ser crente era ser honesto, íntegro, mas também era ser chato, fora de moda, fora dos padrões. Era ser dedo-duro mesmo sem querer, pois como crente não mentia acabava sendo o escolhido pelos chefes para contar o que realmente acontecia no trabalho. Era ser um dos únicos na sala de aula a não colar naquela prova dificílima. Era ser o idiota que recusava uma grande oportunidade de negócio por não compactuar com a corrupção reinante.

Naquela época eu não era crente. E também os achava uns bobões, uns idiotas, uns fanáticos. Afinal, que mal havia em participar de uma matinê de carnaval ou mesmo em ouvir Mosca na Sopa no último volume?

Mas, se alguém precisasse vender fiado, para um crente venderia sem pestanejar. Eram bobões mas eram corretos em tudo.
O que me parecia beatice de crente hoje entendo como “temor e tremor do Senhor”.
Mas por que estou escrevendo isso?

Hoje, pelo site da Expocristã  descobrimos que a feira de comércio cristão do Apóstolo (?) Agenor Duque estará unida à FLIC, feira literária internacional cristã, que é da parte de grupos tradicionais protestantes. Na verdade, durante a Expocristã (que carinhosamente apelidamos de ExpoMamom) já havia alguns indícios dessa “união”, com estandes de presbiterianos e até da Universidade Mackenzie. E o Rev. Hernandes Dias Lopes dividiu o palco do Café de Pastores da Expocristã com figuras do naipe do tal Agenor Duque e Silas Malafaia.

Se levarmos em conta a absurda diferença doutrinária entre os presbiterianos e os neopentecostais, da qual a Igreja Apostólica Plenitude do Trono de Deus do Agenor Duque é expoente, essa união é no mínimo chocante. A IAPTD usa praticamente as mesmas estratégias da Igreja Universal do Reino de Deus, e essa última, tempos atrás, foi considerada SEITA pelos presbiterianos.

Está certo. O tal Agenor Duque não faz Fogueira Santa. Mas faz Campanha do Óleo Jeová Jireh e Portas Abertas e Vale do Sal e qualquer outra que sirva de desculpa para receber ofertas específicas, amaldiçoa os inimigos, usa técnicas de hipnose simulando milagres, faz profecias que se mostram enganos com o passar do tempo, enfia a mão no vinho da Santa Ceia para abençoá-lo, usa coroa de Rei Momo e senta em trono dourado, sua esposa dá os pés para os fiéis tocarem em troca de ofertas, dão total e irrestrita ênfase à diabólica Teologia da Prosperidade. Para virar uma IURD (da qual o Agenor Duque é oriundo e de onde aprendeu as técnicas que usa agora em sua igreja, e na qual não precisa dividir as “bênçãos” com o Edir Macedo) só está faltando construir um segundo Templo de Salomão (neste blog e na Internet há muitos artigos denunciando todas essas práticas infelizes).


Assim, se os presbiterianos precisam rebatizar quem vem da IURD e da Mundial do Poder de Deus, também deveriam rebatizar quem vem da IAPTD. E claro, NÃO DEVERIAM SE ASSOCIAR COM UM LÍDER DE UMA SEITA.

Mas são novos os tempos! Hoje crente não é mais crente, é evangélico. Hoje crente, ou melhor, evangélico, pode e deve se envolver com todos os prazeres do mundo. Pode mentir (sempre por um bom motivo, claro!), pode roubar (pois vivemos na Graça e Deus perdoa), pode matar (valoriza o testemunho de arrependimento), pode trair e coçar, só não pode ser homossexual (porque este é o único pecado que as igrejas realmente levam em consideração caso o fiel não seja um grande dizimista).

Heresias, heresias, negócios à parte. A “lojinha” (seja tradicional, seja neopentecostal) precisa continuar vendendo – e bem.

E assim, vemos igrejas de vertente tradicional ajudando igrejas pseudo-cristãs em sua falsa pregação do Evangelho. Quanto mais lucros, mais espaço na mídia e mais templos para enganar ainda mais pessoas.

Como diria alguém: tá serto.

Só que não.

Fora isso, embora seja lugar-comum, precisamos nos lembrar que estamos em ano eleitoral, onde os negócios com o Sagrado prevalecem em troca de poderio humano. Nesta semana tivemos o presidente Michel Temer conversando com alguns líderes de grandes ministérios e lhes “pedindo oração”, ou seja, negociando o apoio deles à famigerada Reforma da Previdência (que prejudicará os mais humildes, não os que, como o presidente, recebem fortunas de aposentadoria). E como esses grandes líderes não têm aliança com Deus, mas sim com seus próprios interesses, deixarão de defender os humildes para apoiar o desejo dos poderosos.

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É que os tempos são outros. Crente não é mais crente, é evangélico. E quem gosta de pobre é sarjeta, o bom mesmo é comer o melhor desta terra (mesmo que à custa das necessidades dos outros).
Heresias, heresias, negócios à parte.
Será que um dia voltaremos a ser crentes em Cristo? Daqueles livres das amarras da religiosidade, daqueles que podem denunciar o mal, o pecado e todo o tipo de corrupção sem temer que doa em nosso bolso ou que haja diminuição no faturamento?

A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.