Nessa manhã, assisti ao final do programa do Pr. Silas Malafaia, onde dizia que tinha conseguido uma oportunidade maravilhosa: a de ter à sua disposição uma rede mundial de satélites, que possibilitaria a transmissão de seu programa para os quatro cantos do mundo, com dublagem ou legenda em inglês. Além disso, para 2010 o pastor tem planos de fazer uma nova “escola de líderes”, similar à do ano passado, além das cruzadas propriamente ditas pelo país. Para isso, contudo, é necessário que o povo de Deus se sensibilize financeiramente, uma vez que serão necessários mais 70 mil ofertantes fiéis a partir de R$ 30,00, e pelo menos mais 820 com doações acima de R$ 1.000,00 (esses têm um título mais pomposo, o de gideões).
Mas qual o problema, já que o objetivo citado pelo Pr. Malafaia é a propagação do Evangelho entre as nações?
O problema é que, em nome de uma possível vaidade pessoal, que faz com que o dito pastor se ache o mensageiro de Deus nesses últimos dias (o único que pode cumprir a missão televangelística mundial), teremos um cego guiando outros cegos.
Ora, há tempos que o Pr. Malafaia tem demonstrado seu sutil afastamento do Evangelho puro e simples. Aqui nesse blog mesmo temos um artigo recheado de vídeos, que comprova a quantidade de contradições nas quais o dito pastor tem se arvorado, com o intuito de manter seu status de senhor da verdade gospel.
Entre outras coisas, temos visto o Pr. Malafaia abraçar com as duas mãos a famigerada teologia da prosperidade, que prega que quanto mais você pagar, mais o deus mercenário deles lhe dará em troca. É uma teologia que anula totalmente o amor de Deus ao ser humano, tornando essa relação puramente comercial, mercantilista. Como Deus não precisa gastar o dinheiro arrecadado, essa difícil missão acaba recaindo sobre seus “ungidos”, que se vêm no direito de cobrar dízimos, trízimos, ofertas milionárias, podendo até vender unções especiais como a da nobreza, invenção do Ap. (?) Terranova. Quem consegue as bênçãos teve fé; quem não consegue, não teve fé suficiente e deverá ofertar mais (põe mercenário nesse deus, hein!).
O Pr. Malafaia também demonstrou, recentemente, não ter o mínimo de discernimento espiritual ao julgar como “profeta de Deus” uma pessoa como o tal do Pr. Morris Cerullo. O tal profetizou que quem desse R$ 900,00 para o ministério do Pr. Malafaia receberia até dia 31 de dezembro de 2009 uma “unção financeira sem limites”, a “última distribuição das riquezas mundiais”. Levando-se em conta com foram arrecadados milhões nessa brincadeira, e que o programa foi reprisado umas 10 vezes no ano passado, realmente não entendo o porquê do Pr. Malafaia estar agora esmolando ofertas de 30 ou de 1.000 reais: basta que cada novo milionário da unção Cerulliana entregue uma ínfima parte de tudo o que recebeu até dia 31 passado. Ou será que a tal “unção financeira” foi apenas mais um embuste de espertalhões, embuste esse que ajudou o Pr. Malafaia a também recentemente comprar seu próprio aviãozinho pela bagatela de 12 milhões?
Além dessas sandices gospel, livremente pregadas pelo Pr. Malafaia em rede nacional, temos o fato de que sua pregação há muito tempo não se direciona à evangelização, mas à “instrução” de quem já é crente. Em suas pregações televisivas, prega sobre como o crente pode ser vitorioso. Ora, se sua pregação é, em quase sua totalidade, direcionada para quem já é crente, qual o interesse de que isso seja levado em nível mundial?
Ninguém é dono da verdade. Ninguém é essencial para a obra de Deus aqui na terra. A obra é de Deus, e Ele usa quem ele quer, quando e onde Ele quer. Alguém se achar imprescindível na pregação, ainda mais apresentando a quantidade de erros doutrinários que o Pr. Malafaia tem apresentado, é querer ser cego guiando outros cegos. E o final da história todos conhecemos: caem todos no buraco.
Que Deus possa nos tirar a vaidade de achar que a obra é nossa, e que assim possamos deixar que Ele nos use da forma que bem entender. Dessa forma, com a obra sendo feita por Deus através de nós, não precisaremos ficar esmolando ofertas em púlpitos ou programas de televisão, e ainda ter que ficar justificando que a obra precisa de dinheiro, dessa forma envergonhando ainda mais o Evangelho aos olhos daqueles que supostamente visam converter a Cristo.
Ora, já perceberam que a teoria defendida pelos profetas da prosperidade só funcionam para o povo, e nunca para eles mesmos?
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