Assim como no Brasil pastores americanos divergem sobre a soberania de Deus em meio a essa catástrofe
Não foi só no Brasil que a catástrofe que atingiu o Japão gerou controvérsia entre pastores. Nos Estados Unidos o jornal The Christian Post. publica o pensamento de dois grandes líderes sobre o acontecido. De um lado John Piper diz que Deus causou o terremoto no Japão no dia 11 de março, do outro lado Brian McLaren que não acredita que o Criador esteja por trás da morte de mais de 10 mil pessoas.
Em seu blog Piper escreveu que “Nenhum terremoto na Bíblia é atribuído a Satanás … Terremotos provêm, em última análise de Deus. A natureza não tem vontade própria e Deus não dá a Satanás liberdade. A destruição que os demônios causam, eles causam…. com a permissão de Deus. E Deus tem razões para que Ele permita. Suas permissões são propósitos.”
No texto escrito na semana passada o pastor faz uma lista com possíveis propósitos que Deus teria para permitir tamanha devastação em um país: • “Os terremotos do fim dos tempos” são entendidos como as chamadas para os incrédulos ao arrependimento e como uma chamada de despertar ao mundo que Jesus Cristo está vindo e o reino de Deus vai nascer;
• “A tomada unilateral de Deus de milhares de vidas é uma declaração forte de que ‘O Senhor deu e o Senhor o tomou’ (Jó 1:21)”- em outras palavras, a vida é um empréstimo de Deus;
• O poderoso terremoto revela a “magnificência temerosa de Deus” – “a maior parte do mundo não teme ao Senhor e, portanto, carece de sabedoria;”
• Quando a terra treme, há um sentimento de que não há lugar para fugir. Para onde é que você se volta? Para Deus.
Para aqueles que buscam “respostas fáceis” e que “de certo pendor teológico,” McLaren não tem dúvidas de que o que Piper apresentou irá satisfazê-los. Mas não concorda com as respostas que Piper tem sobre o acontecimento que chocou o mundo. Ele acredita que mesmo as melhores respostas para o problema da dor são “muito insatisfatórias.”
O pastor resolveu escrever um texto em reposta ao post de Piper dizendo:
“Deus não é o tipo de rei interessado no controle absoluto. Deus não iria criar esse tipo de relação com o universo, porque Deus não é esse tipo de Deus,” afirma ele. “Em vez disso, Deus cria espaço e tempo para um universo ser, tornar-se, a desdobrar-se em sua própria história, sua própria evolução. O reinado de Deus é compromisso absoluto de estar conosco, aconteça o que acontecer, sempre trabalhando para trazer o bem do mal, a cura do sofrimento, a reconciliação do conflito, e a esperança do desespero.”
Assim como Ricardo Gondim, McLaren coloca a culpa no pensamento calvinista que prega Deus como soberano. Para ele a soberania de Deus não é totalitária. O pastor também não acredita que o sofrimento dos japoneses é algo que tenhamos que aceitar como resposta, mas sim que nesses momentos Deus está presente chorando conosco.
“Como o Dr. Piper, eu vejo uma certa semelhança entre Cristo na cruz e as pessoas que sofrem no Japão. Mas não é que Deus está tomando as vidas de forma unilateral, em ambos os casos: é que Deus, encarnado em Jesus, está presente no sofrimento e no mal da vida, sentindo a nossa dor, chorando conosco em solidariedade, partilhando nossas perdas e levando nossas cicatrizes, movendo-se com e em nós para fornecer empatia e ajuda e muito, muito mais. Isso não é uma resposta no sentido de uma explicação, eu suponho, mas é algo precioso: ele é o reino que não pode ser abalado.”
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