Dr. Humberto Junior nos abençôa com mais este maravilhoso artigo.
(Mateus 7:1) - Não julgueis, para que não sejais julgados.
(Mateus 7:2) - Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
(Mateus 7:3) - E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
(Mateus 7:4) - Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?
(Mateus 7:5) - Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
É lícito ao homem julgar? Podemos exercer juízo perante os homens sendo nós também tão falhos e imperfeitos?
Jesus recomendava não julgar, mas ele conhecia quem julgava e o tipo de julgamento que estava sendo feito. Jesus nos deu a capacidade de raciocinar, de diferenciar situações e de escolher a melhor. Isto, por si só, já é um tipo de julgamento. Mas julgar outra pessoa por causa de seus atos e pensamentos requer não só raciocínio, mas também destreza, imparcialidade, retidão e discernimento. Às vezes o homem se deixa levar mais pela emoção e outras vezes mais pela razão, e isso pode interferir no julgamento correto e justo.
Conhecendo a natureza humana, Jesus sabia o que estava dizendo. O julgamento humano tenderia para o injusto e tendencioso.
Mas, com o passar do tempo e com a continuação da leitura bíblica, percebemos que, uma vez que as palavras e ensinamentos de Jesus são proferidos e recebidos por muitos, as pessoas começam o processo de transformação e passam a não ser somente levadas pelos ensinamentos da época e do mundo, mas também a ouvir e entender o espiritual. Começam a entender que o amor, o perdão e a tolerância também devem fazer parte do julgamento correto. Assim, acontece o esclarecimento, iniciando a fase do discernimento, do que pode ou não ser julgado e de que forma.
Para termos uma idéia, ainda no texto em que Jesus recomenda não julgar, ele mesmo inicia esta nova fase, recomendando que antes de julgarmos os outros, devemos primeiro julgar a nós mesmos, segundo o reto juízo, para depois vermos mais claramente o que acontece com outros. Devemos reconhecer o erro em nós para então podermos trabalhar o erro do próximo. Temos aí então duas idéias interessantes. A primeira é a do autojulgamento. A segunda é a de julgar, porém não apontar ou condenar, mas ajudar e incentivar o próximo ao autojulgamento, auxiliar-lhe na visão do certo e errado para Jesus e dar-lhe o conhecimento para se analisar.
Mais a frente na leitura bíblica vemos então não só o próprio Jesus, como também alguns apóstolos, ensinando o tipo de julgamento que podemos fazer:
(Lucas 12:57) - E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?
(João 7:24) - Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.
(Atos 4:19) - Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus;
(I Corintios 5:12) - Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?
(I Corintios 10:15) - Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.
(I Corintios 6:2) - Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?
(I Corintios 6:3) - Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?
(I Corintios 6:4) - Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja?
(I Corintios 6:5) - Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?
Conhecendo a Palavra da Verdade fica claro o julgamento que Jesus recomenda não fazer: o julgamento da condenação, do destino da pessoa. Podemos julgar as atitudes e orientar as pessoas, mas condená-las ao inferno ou desviá-las do caminho do céu pelo nosso julgamento não nos é lícito. Devemos orientar, auxiliar e amparar.
Um ponto interessante para ser discutido é o da crítica (que tem íntima relação com o julgamento). Os maus costumes nos levaram a utilizar as críticas infundadas, as críticas não construtivas, as críticas destrutivas; a crítica pela crítica. Quantas vezes já não pensamos ou já ouvimos alguém dizer:
“Não quero ser crítico; não gosto de criticar; não gosto de críticas”.
A exortação, a admoestação, podem ser resultados de uma observação e avaliação de uma situação, podendo, portanto, serem tipos de crítica e até mesmo de julgamento.
Criticar, no seu real sentido, é exercer o bom senso, é utilizar o pensamento e o raciocínio, que são presentes da Deus na formação do homem.
O espírito crítico nos faz capazes de avaliar e comparar situações, nos permitindo escolher, percebendo o certo e o errado, o bem e o mal, o bom e o mau, o honesto e o desonesto, o agradável e o desagradável. O que temos que fazer é trabalharmos e pedirmos a Jesus a fim de que nosso “espírito crítico” seja guiado pelo Espírito Santo, esteja em sintonia com as vontades de Deus, para que possamos perceber, escolher e agir no que é bom e agradável à Deus, e não somente às nossas vontades da carne. A partir daí passamos a exercer o discernimento, com nosso espírito crítico guiado pelo Espírito Santo, dando-lhe, inclusive, mais sensibilidade e percepção das coisas de Deus.
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