Algumas orientações para pais sobre televisão, computador, games e facebook.
Muitos pais perguntam sobre "qual é a idade certa" para seus filhos terem acesso a games, programas de televisão, facebook, etc. Não existe uma idade certa, mas sim uma atitude certa dos pais para com tudo isso.
Vivemos em uma sociedade massacrante, na qual televisão, games e facebook acabam sendo um grande escape para pais, que, pelo menos, têm os seus filhos em casa e entretidos, quando estão atuando em seus locais de trabalho, ou quando trazem trabalho para resolver em casa (infelizmente) e os seus filhos continuam entretidos com tudo isso, mas em casa, deixando-os pelo menos trabalhar em paz. Mas, PAZ? Terá mesmo paz, pais que agem dessa forma? Pais que pensam assim?
Creio que a Primeira Infância é muito importante para a criança com relação aos seus pais: aproximação, segurança, confiança, autoridade e proteção. Tudo isso, vejo como presente de Deus aos pais para começarem a conquistar seus filhos, quando estes ainda são pequenos e por toda e para toda a vida. A primeira parte da considerada 'Primeira Infância1 'é até fácil, do ponto de vista dos desafios da criação: fixemos por um pouco naquela 'idade do bebê'. Muitos pais não têm dificuldades com isso, de tomar tempo, dedicar tempo, carinho, amor a uma criança nesta fase da primeira infância, por motivos que vão desde a linda e querida novidade (afinal, quem não gosta de ter um bebê em casa?) até as pequenas coisas de um bebê que encantam, como um sorriso 'que vale o dia' e o balbuciar das primeiras palavrinhas e sons. Bebês têm algumas questões que não exigem tanto dos pais em outras áreas: crianças de colo não falam [tanto] ainda (e por conseguinte, não perguntam); não andam (e exigem a sua companhia todo o tempo, para não cair, para não meter o dedo na tomada...), ainda não ligam para games e televisão (por eles, que ainda não sabem o que é isso, a tv pode passar o dia todo desligada). E bebês dormem bastante (um momento de descanso e até de alívio para os pais). Nesta fase da primeira infância, eu diria: os bebês não dão 'problemas eletrônicos e tecnológicos'. E neste quesito, obedecem muito bem. Vocês podem desligar a tv a qual estiverem assistindo (até a famosa Galinha Pintadinha, por exemplo) e substituí-la por uma banana lambuzada em um pouco de mel. Se vocês pais fizerem "aquele estardalhaço" para atrair a atenção da criança de seus um ano e seis meses, para a banana lambuzada em mel, esta 'nova e curiosa atração' poderá até ganhar da galinha pintadinha. Nunca fiz este 'teste' (até porque não tenho mais bebês em casa), mas desconfio que a banana lambuzada em mel seja um páreo duro para a Galinha Pintadinha.
O tempo passa muito rápido...
Mas tem, pelo menos, duas coisas que os pais de bebês esquecem, ainda dentro da janela da primeira infância: uma, é que bebês crescem e progridem nas suas vontades pessoais (e algumas são bem fortes!). Outra, é que bananas lambuzadas em mel enjoam. A Galinha Pintadinha atrai! É no início da segunda fase da primeira infância (2 e meio, 03 anos...), quando o seu menino, a sua menina, não é mais 'tão bebê'', que começará a perceber rapidamente que tem um mundo fascinante de cores, luzes, cliques, que abrem a janela para o mundo inteiro! E aí, não tem banana lambuzada em mel que consiga frear este avanço ou desviar a sua atenção. Só quem consegue controlar bem são os pais. Por isso, algumas dicas LOGO CEDO para pais que não querem ver seus filhos contaminados e até viciados em eletrônicos pelo resto da vida. Creio firmemente que aquilo que a criança aprender, ela levará consigo pelo resto da vida (Pv 22.6). Então, vamos lá. Vamos a algumas dicas simples e práticas que, se bem conduzidas, poderão servir de princípios e valores para os seus filhos.
1. Não deixem as crianças expostas à tv. Com o advento da tv a cabo, existem hoje canais 24 horas dedicados às crianças e especializados em atraí-las e entretê-las, isto sem falar na vasta programação em outros canais mistos, que procuram ter a atenção de crianças de todas as idades. Ou seja: a exposição é grande, o aceso é fácil, mas também, as propostas são muitas, deformantes e tantas delas são mesmo cruéis. E o que o seu filho recebe logo cedo, ele não filtra. Engole. E aí, o que lhe passam, tantas vezes, não é mesmo saudável e deforma. Deforma o corpo, a mente e até o caráter. Será a vez do que eu chamaria, infelizmente, do "lixo com mel". Sua criança brasileira é uma das mais expostas à tv no mundo, sabia?! A Eurodata TV Worldwide2 (Francesa) fez uma pesquisa e constatou que a criança brasileira passa, em média, 3 horas e 31 minutos por dia na frente de um aparelho de televisão. As crianças de hoje estão crescendo vítimas (não encontro outra palavra) de uma exposição ao consumo em massa. E o que isto poderá acarretar? Entre outras coisas, a insaciabilidade e o egoísmo que busca satisfação, dominando a mente de uma pessoa ainda tão jovem. Isso porque, a cultura do consumidor desses dias modernos [demais] tornou-se impessoal, no sentido de que as mercadorias são produzidas para um mercado de massa e não para indivíduos específicos, e também porque é universal, pois, em princípio, todos nós somos livres e iguais e podemos adquirir o que quisermos, conquanto sejamos levados a "ter que adquirir" tudo o que eles divulgarem, pois isto tornou-se caráter e consciência universal: "todos [na escola] têm, eu tenho que ter. Todos [na escola] são, eu tenho que ser".
Nesta onda do consumismo moderno, procura-se mais a gratificação da emoção e do desejo do que a satisfação de suas necessidades. Acredita-se no caráter individualista, em que os indivíduos decidem por si mesmos que bens e serviços desejam obter, e se conseguirem cativar uma mente infantil para este rumo, então, haverá mais um consumidor voraz na praça. Para tal consumidor, a insaciabilidade dos consumidores que caracteriza esta sociedade será a sua marca também. Assim, quando um desejo ou uma "necessidade" é satisfeita, outra "necessidade" já se achará à sua espera. A permanência de um sentimento de insatisfação e de um "eterno querer mais"; a existência de uma insaciabilidade para com novos produtos poderá agarrar a mente do seu filho, distorcê-la e não largar mais. Nestes nossos dias, a atividade fundamental do consumo não é a seleção, a compra ou o uso dos produtos, mas a procura do prazer imaginativo a que a imagem do produto empresta, sendo o consumo verdadeiro, em grande parte, um resultado desse hedonismo da mente: só serei feliz se tiver!
Então, enquanto os seus filhos ainda são pequenos... a) regulem bem a tv em sua casa. Que o controle do aparelho esteja na sua mão, pai/mãe, porque no dia que o controle remoto for parar na mão da criança, ela não largará e não entregará mais, a não ser com muito custo e brigas. DETERMINEM os programas e a quantidade dos mesmos que o seu filho poderá assistir. Lembrem-se: desde a fase do bebê que a autoridade na sua casa é de vocês. Não percam este privilégio e esta oportunidade de educarem bem uma vida. E por causa disso (da perda da sua autoridade), vocês também darão contas a Deus. b) tv só depois do dever. Ou seja: que a criança brinque, pinte, desenhe, brinque com a boneca (menina), com os carrinhos (menino)... tudo bem, mas deverá fazer toda a tarefa de casa antes. E depois vem a TV, os desenhos e programas que vocês já devem combinar bem com as crianças quais e quantos seriam. Modernos aparelhos de tv têm como gravar, então, a criança não perderá o programa. Também, muitos lares têm aparelhos de DVD que gravam. No máximo (caso não disponham desses recursos tecnológicos) que a criança assista só àquele episódio ou período, e depois a tv é desligada e as obrigações que eles devem ter são continuadas e cumpridas. E se não for assim, se não houver sadia correspondência da parte da criança, que se perca a tv. "Quem obedece ganha. Quem desobedece, perde". Esta é uma das regras daqui de casa desde o tempo em que os meninos eram bebês. E elas aprenderam bem.
2. Games (já para quando eles forem maiorzinhos). O mesmo princípio: a) estipulem, vocês pais, horários e tempo de jogos. b) vão à loja comprar o game com eles e procurem saber de tudo o que for possível sobre o game. Se julgarem que não é bom (veja, 1 Co 6.12; 10.23), ou seja, se for dominar o seu filho, ou se não edificar, não comprem. A moda de um game passa. Já as deformações que ele poderá causar no seu filho, ficam. Então, se o seu filho confia em vocês e sabe que vocês querem o melhor para ele (sim, que ele saiba disso por demonstrações de cuidado, carinho e conversas), ele entenderá. c) pesquisem sobre o game. Entrem na internet, acessem via Google tudo o que puderem sobre o tal jogo. Avaliem por ali. d) peçam informações a um adolescente ou jovem que conhece o game e vá colhendo e tirando conclusões. e) joguem com ele ou acompanhem as sessões e fases do jogo. f) estipulem quantos games vocês terão em casa. Assim, ele mesmo terá que selecionar bem, pois as escolhas são muitas, mas o resultado final para ele será limitado a um certo número.
3. Internet e computador - Também o mesmo princípio. a) estipulem horários e que estes horários estejam de acordo com todo o tempo que eles têm para: ver tv, jogar games e navegar na internet. b) nada de computador no quarto do filho! Nada! Computador em sua casa deve ser uma peça de pesquisas e ferramenta de auxílio, então, deixem o mesmo em local central e bem visível. Em dias modernos [demais], tudo o que não presta entra via internet, então, quanto menos chance você der a um bandido que poderá tentar seduzir os seus filhos, ou mesmo a ação de pessoas com mentes ímpias de tentarem influenciá-los por maus caminhos e costumes, melhor para todos da sua família que isto seja imediatamente percebido. c) coloquem, vocês pais, a senha no computador da casa. Não abram mão disso. Assim, quando o seu filho quiser navegar um pouco, terá que pedir a sua presença para 'abrir' o computador. Aos filhos que já são maiores (adolescentes, por exemplo) e que já dominam bem o assunto, afirmo que eles têm a obrigação de falar a senha pessoal para os seus pais. d) examinem sempre o histórico de navegação dos seus filhos. Sempre. Não é desconfiança. É cuidado e proteção.
4. Facebook e outras redes sociais - Também incentivaria os mesmos princípios para o uso da internet. Se eles já tiverem idade para terem acesso a estas redes (porque, há idade legal para tanto. Criança não pode e nem deve, pelas leis), que vocês pais também tenham uma página nas mesmas redes sociais e que os seus filhos os adicionem como participantes. Só dessa maneira e pronto. Assim, vocês poderão ver bem o que se passa e também quem são os amigos dos seus filhos e o que estes falam. Na abertura deste texto, escrevi a palavra "pequenos", utilizando-me de um símbolo famoso no facebook, que é o de "curtir". O fiz, invertendo o mesmo para que parecesse com a letra "P". Mas ao mesmo tempo, quero dizer: o facebook só tem "curtir". Mas tem muita coisa lá, como nas demais redes sociais e na internet, que não dá mesmo para curtir. Que os nossos filhos, aprendendo conosco desde pequenos as diretrizes, bases, valores e conceitos ao longo da jornada, sejam eles mesmos os que irão dizer: "poxa, não dá para curtir isso, não é o que eu aprendi com os meus pais. Desligo ou deleto".
Poxa, pastor! Quantas coisas e quantas limitações, não? Sim, reconheço. Mas, em um mundo que vai se tornando cada vez mais pós-cristão e cada vez mais anticristão, que desdenha da Palavra de Deus, eu não vejo outro meio de salvaguardar a mente dos nossos filhos, que estão crescendo neste mundo mau e recheado de facilidades para o mal, que a clara apresentação de regras e limites. E se as regras, os limites e o acompanhamento sadio ocorrerem logo cedo e desde sempre, os seus filhos crescerão se acostumando com tudo isso. E sempre irão acreditar no amor e no cuidado de seus pais por eles, porque ouvirão as regras, crescerão com elas e verão que as mesmas são acompanhadas e mantidas com bom discernimento e equilíbrio (dos pais), manifestadas em santa e boa coerência quanto ao seu desenvolvimento e cumprimento (dos filhos). E, uma vez aprendidas lições, a própria criança perceberá isto e se contentará: o meu pai e a minha mãe me amam e cuidam de mim. Que seja isto que os nossos filhos levem pelo resto de suas vidas.
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