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EXISTEM COISAS QUE SÓ ACONTECEM NA IGREJA

Meu amigo e irmão Dr. Humberto escreveu este maravilhoso artigo. Compartilho mais esta bênção com você. Boa Leitura!


O mundo de hoje está conturbado. As lutas diárias para vencer na vida, as preocupações com os gastos, a necessidade ou ambição por mais ganhos, a violência, prostituição, traições, avareza, falta de cordialidade, a política e a mídia poluídas, dentre outros, tornaram a vida num ambiente de contínuo stress e descaminhos. Tornamo-nos mais nervosos, intolerantes, julgadores de erros que nós mesmos praticamos. Nesse mundo de tantos problemas seria lógico que qualquer lugar que trate a vida com mais amor, respeito, humanidade e tolerância fosse alçado ao título de refúgio.

Na igreja não há os problemas “do mundo”, pois Jesus é o cabeça e seus princípios são as regras máximas. As pessoas se amam, aplica-se a tolerância continuamente, todos se importam com o bem-estar do próximo. Será assim mesmo?

È bem verdade que a ideologia central das igrejas não apregoa o mal, mas o bem. É bem verdade que os “templos” são, de fato, refúgio para muitos que se perdem no mundo. É bem verdade que o “clima” na igreja é agradável, de paz e incentivo espiritual. Mas é bem verdade também que a igreja se resumiu na idéia errônea de um microcosmo onde Deus habita, realizando seus feitos e demonstrando seu poder, limitado pelos muros da mesma. È bem verdade também que a igreja de hoje passou a ter a necessidade de trazer as pessoas para dentro dos seus muros, onde só lá encontrarão respostas e soluções para seus questionamentos, problemas e inquietações. Por que insistir em chamar o templo de “casa de Deus”, quando sabemos que nós somos seu templo e morada?

Não há motivos para se contrariar a idéia de centros facilitadores para congregar, mas transformá-los em única saída e revestí-los de concreto divino, dizendo-se isolado do mundo é, no mínimo, falta de bom-senso. O que vemos nas igrejas de hoje são apelos financeiros, parcerias com troca de favores, brigas escondidas ou às claras por poder e notoriedade, falso amor, intolerâncias, materialismos, relações frias ou de conveniência, manipulação da Palavra de Deus, formação de pequenos grupinhos internos de exclusão, etc. Será mesmo muito diferente do resto do mundo? Os princípios e mandamentos de Jesus são realmente as regras máximas dentro das igrejas?

Não esperaríamos a perfeição de uma instituição formada por homens. As pessoas são falhas, pecadoras e imperfeitas, mas a esperança está no reconhecimento e correção dessas falhas, agindo dentro dos nossos limites, mas através da dependência e observância da vontade de Deus.

Uma frase como a do título deste ensaio tem grande valor para muitos no âmbito da congregação, e é de fato, de grande valor. Mas devemos ter cuidado com nossas emoções e sentimentos e colocá-los sempre sob a direção de Deus. O discernimento espiritual às vezes incomoda mais a uns que a outros, mas ao nos alimentarmos mais de carne ao invés do leite, tornamo-nos talvez até mais “chatos” e incomodados (ou incômodos), mas com muito amor pelo próximo e pela igreja, a qual não são prédios ou só existe quando se está sob o teto de um templo ou dentro de seus muros, mas é uma casa de pedras vivas (pessoas), ajustadas umas as outras, edificadas para a morada de Deus, para sua adoração e manutenção de sua Palavra viva.

Com esta idéia de igreja, entendemos que aonde formos ou onde estivermos, estará também uma parte da igreja de Cristo, a qual é expansionista, querendo que todos, sem exceção, conheçam a Cristo e tenham-no como salvador. Infelizmente, algumas coisas só acontecerem na igreja é fato. Infelizmente porque tais coisas deveriam acontecer em todos os locais onde existissem cristãos. A igreja não deveria centralizar, mas facilitar. Não é para monopolizar e se tornar um minifúndio, um pequeno terreno produtivo, mas deve expandir, pregar, levar a Palavra de Deus e suas maravilhas a todos os lugares. Parece que, com o passar do tempo, ao invés de haver progresso, houve retrocesso. Antes, com os apóstolos, víamos a Palavra e a pregação rodando o mundo. Agora, com todos os instrumentos e facilidades disponíveis, ela está sendo centralizada, entocada e enfurnada nos “templos” e suas denominações.

Jesus disse (Mateus 28:19) – “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Onde está esse “ide”? Não estão sendo criticadas as missões, mas os incentivos de propagação da igreja como corpo de cristo e não como um prédio com uma placa denominacional do lado de fora. Ficamos preguiçosos, envergonhados e acomodados. Ao invés de pregarmos Jesus, dizemos: ”vamos para a minha igreja”. A igreja, por sua vez, diz: “estamos te esperando. Participe”.

O mundo jaz no maligno, mas se a luz da Palavra de Deus esbarra, de dentro para fora, nos muros do templo, como levar a verdadeira luz e a liberdade através da verdade? Sejamos luz e sal para os doentes e para o mundo, como pedras vivas e santas da morada do Espírito Santo de Deus. Amém!

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