Recém criado na França, o Conselho Nacional dos Evangélicos da França (Cnef) escreveu um documento para afastar a teologia da prosperidade das igrejas francesas. Há quase cinco décadas essa vertente, que nasceu nos Estados Unidos, tem sido disseminada pelo mundo.
O órgão tem como objetivo regulamentar a doutrina do mundo evangélico francês e para isso um conselho formado por teólogos de diversas vertentes (pietistas ortodoxos, batistas, pentecostais e carismáticos pentecostais) elaborou esse estatuto de 30 páginas que foi divulgado no dia 22 de maio.
Esses estudiosos chegaram à conclusão de que é necessário se afastar dessa teologia que assemelha a riqueza material com a salvação cristã e incentivar essa atitude dando esclarecimentos para os seus membros.
O primeiro erro apresentado por eles sobre a teologia da prosperidade está exatamente nessa relação entre salvação e prosperidade física e material (saúde e riqueza), pois a salvação está ligada ao “coração” como explica o pastor batista Thierry Huser. “A salvação refere-se principalmente à relação com Deus e à reconciliação com ele por meio de Cristo”.
Thierry fala também sobre o erro teológico de ensinar que Deus se coloca a serviço da prosperidade do fiel. “A ênfase unilateral sobre a palavra de Deus, cuja eficácia reside na sua força de afirmação, pode levar a ter ‘fé na fé’, ao invés de ter ‘fé em Deus’”.
O texto do Cnef também fala sobre o discurso usado por essas igrejas, de dizer para o fiel que não consegue o que busca é que lhe faltou fé. “Os profetas da prosperidade protegem-se, assim, de todo questionamento das suas promessas. Ao contrário, todo o peso do eventual insucesso recai sobre o fiel, que esperou, rezou, doou”, diz trecho do texto.
O documento também pontua outro erro dessa linha de pensamento teológico que é o de não dizer sobre o que Jesus disse sobre ter amor ao dinheiro e não idolatrar o sucesso material.
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