Um fenômeno decorrente do crescimento do segmento evangélico está chamando a atenção de algumas das mais tradicionais denominações do país. É a clonagem de nomes de igrejas, utilização indevida de marcas tradicionais no meio protestante por instituições sem qualquer ligação com as grandes convenções, cujos nomes utilizam numa tentativa de atrair fiéis e de tirar uma casquinha na credibilidade alheia. Em meio a um crescimento com ares desordenados – só em São Paulo, a cada ano são criadas cerca de 220 novas igrejas evangélicas, algumas das quais não passam de salinhas alugadas nas periferias –, parece cada vez mais difícil normatizar o setor. E o pior é que, além de gente bem intencionada que quer apenas anunciar o Evangelho da salvação, aventureiros pegam carona na tradição de grandes organizações religiosas, prejudicando sua imagem perante o público. No meio das mais de 300 mil igrejas evangélicas que funcionam no Brasil, muitas parecem uma coisa e são outra.
Denominações como a Batista, a Assembleia de Deus e a Presbiteriana são as maiores vítimas da clonagem eclesiástica. Organizadas em convenções nacionais, essas três gigantes, que juntas reúnem milhões de fiéis, estão capilarizadas por todo o território nacional, com uma trajetória cuja origem remonta à segunda metade do século 19 e início dos anos 1900. Mas a placa na entrada não é garantia de legitimidade. Muitas comunidades autônomas, sem qualquer ligação administrativa ou doutrinária com as denominações cujos nomes utilizam, funcionam livremente. Por exemplo, é possível encontrar a Assembleia de Deus Ministério Renovo e a Igreja Batista Templo de Milagres, que apesar dos nomes não são subordinadas às entidades cujas nomenclaturas adotam.
O processo de abertura indiscriminada de congregações reflete o processo de fragilização da Igreja Evangélica brasileira, multifacetada e carente de orientação. Basta uma passeada pelas maiores cidades brasileiras, e até mesmo no interior, para constatar que o mercado da expansão evangélica está a todo vapor.
A cada dia, novas comunidades abrem suas portas – e os nomes, por vezes, são curiosos e até esdrúxulos.
Por exemplo:
Igreja Bailarinas da Valsa Divina
Assembleia de Deus da Fonte Santa.
Igreja Evangélica Muçulmana Javé É Pai
Assembleia de Deus do Azeite Quente
Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
Igreja Batista Templo de Milagres
Igreja Chave do Éden
Igreja do Amor Maior que Outra Força
Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
Igreja de Deus da Profecia (no Brasil e América do Sul)
Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
Igreja Pentecostal Subimos com Jesus
Igreja Evangélica Pentecostal Jesus Vem
Se Não Vigiar Você Fica Fora (IEPJVSNVVFF)
Igreja Evangélica Arca de Noé
Rancho dos Profetas
Igreja Asas de Águia – Visão Além do Alcance
Igreja Evangélica Pentecostal Quero Te Ver na Glória
Igreja do Cavaleiro do Cavalo Branco do Apocalipse 6.2
Igreja da Ressurreição dos Mortos
Igreja do cuspe santo
Igreja dos fieis até debaixo dágua
A maneira certa de diminuir o apelo de igrejas de fachada é o Corpo de Cristo cumprir sua missão com mais seriedade. Temos que pregar a mensagem pura e simples do Evangelho.
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