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Chegou o segundo turno – e agora? A Hora da Decisão na campanha presidencial 2010.

A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos. Provérbios 14.34

Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira.
Provérbios 29.2



Contrariando as projeções das pesquisas e as expectativas da candidata Dilma Rousseff as eleições presidenciais de 2010 foram remetidas ao segundo turno, possivelmente até para surpresa do candidato José Serra, o segundo colocado.


Os analistas divergem quanto às causas principais desse resultado. Inicialmente, falou-se bastante na influência da intensa campanha movida pela Internet, por evangélicos, católicos e até espíritas, apontando as posições, do partido da líder nas pesquisas, em favor do aborto, da defesa ao casamento homossexual.  Devemos lembrar, também, que o partido da Sra. Dilma suspendeu os direitos partidários de dois dos seus integrantes por manterem convicções contrárias a essas bandeiras defendidas pelos militantes.

Mais recentemente, a imprensa passou a apontar os casos de corrupção na Casa Civil, protagonizados pela família de Erenice Guerra, como sendo o principal fator responsável pela perda de votos da candidata Dilma, frustrando os planos de que a eleição presidencial fosse decidida no primeiro turno.

Qualquer que tenha sido o fator principal, ou, o que é mais realista, a combinação de fatores, a verdade é que ganhamos uma prorrogação na qual podemos refletir adicionalmente em nossas responsabilidades como cristãos.

Escolher governantes é um grande privilégio. O povo de Deus subsistiu debaixo dos mais diversos regimes: monarquia, impérios despóticos, regência militar, etc. A obrigação foi sempre de se manter fiel a Deus, e ao testemunho cristão, e respeitoso para com as autoridades, independentemente de como chegaram ao poder. No entanto, indubitavelmente, ter a capacidade de escolher os representantes, como ocorre em uma democracia representativa, é um grande privilégio. Não devemos desprezar essa bênção e essa liberdade recebida de Deus. O voto é também uma maneira de expressar convicções e de defender posições que mais se aproximem das diretrizes divinas. Se a eleição é uma metodologia instituída na Bíblia até para as questões sagradas, na igreja (Atos 6.1-5; 14.23), não há porque disputar a legitimidade dela para escolhas de líderes, na esfera governamental.

Considerando todas essas coisas, não devemos ser ingênuos e achar que a candidata Dilma é do mal, enquanto que o candidato Serra é do bem. Enquanto que as posições partidárias da Sra. Dilma estão bem explicitadas, e elas claramente contradizem o caminhar cristão; além dos seguidos casos de corrupção governamental, aos quais as autoridades têm dado importância mínima; não podemos esquecer que o Sr. Serra tem a infame honra de ser promotor da promiscuidade sexual, sob o suposto manto da prevenção do HIV, com as terríveis campanhas, quando ocupava o ministério da saúde.

De um lado, a Sra. Dilma procura convencer a todos de que suas posições com relação ao aborto mudaram e que ela, agora, é pró-vida. No entanto sua nova argumentação fala do aborto apenas como sendo “violência à mulher” – nenhuma palavra quanto aos direitos da criança, ou quanto à santidade da vida. Além disso, fala constantemente do aborto como sendo uma questão de “saúde pública”, como se fosse comparável a uma estomatite, ou cárie dentária, sem nenhuma implicação moral. Do outro lado, é possível que as recentes posições conservadoras do Sr. Serra, sobre essa questão, sejam mais estratégia eleitoral, do que fruto de convicções éticas profundas (recente pesquisa mostra que 73,5% dos brasileiros são contra o aborto). Afinal, não podemos esperar muito do antigo líder da UNE que vulgarizou o sexo livre, popularizando o “Bráulio”.

No entanto, sem a ingenuidade de achar que uma eventual eleição do Sr. Serra venha a representar a resolução de todos os problemas e a restauração plena da ética ao governo, vou dar a ele o meu voto. Farei isso apesar de discordar dele em outras questões não morais, mas administrativas, como, por exemplo, sua defesa, idêntica à da oponente, de um estado gigante, paternalista, mas considero ele o menor dos males, na conjuntura atual. Creio também que ele chegou à percepção de que os governantes não podem tripudiar impunes às questões morais universais, impressas por Deus até na consciência dos ímpios (Romanos 2.14-15) e assim trará um melhor governo ao Brasil. Creio, em adição, que as sandices verbais, que hoje são proferidas em aura de impunidade e bajulação, serão melhor controladas. Acredito que, com o Sr. Serra, teremos uma política externa mais coerente e menos aventureira do que a atual, que corteja e engrandece déspotas, assassinos e tiranos. Estarei com a esperança de que o Sr. Serra, se eleito, não apenas lembre a "voz do povo" que o elegeu, sobre essas questões de moral e ética tão importantes ao bem estar da nossa nação, mas que também a respeite, juntamente com seus ministros e equipe. Isto é plausível, pois ele não estará tão amarrado a certas aberrações de uma plataforma oficial de partido quanto está, de certo, a outra candidata.

Em paralelo, espero manter minhas convicções cristãs, independentemente de quem ganhe, suplicando que Deus me ajude a, em intercessão, poder expressar as críticas, quando pertinentes, sempre de maneira respeitosa e fiel à Palavra.

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