1. Citar versículos nas redes sociais não faz de você uma pessoa espiritual. É bom e devemos proclamar as verdades cristãs em qualquer espaço, mas tal atitude não garante vida real com Deus. Falar somente de “assuntos espirituais” na “grande rede” não quer dizer muita coisa diante de um Deus que vê tudo com transparência.
2. Fazer cara de “gente séria” não é sinal de espiritualidade. O estado de austeridade é muitas vezes necessário, mas não indica que você está levando uma vida com Deus. Os monges budistas são bem mais austeros que qualquer cristão. Vamos chamar o budista de cristão por causa de sua austeridade?
3. Pregar todos os domingos sobre a Ira de Deus não faz de você uma pessoa mais bíblica. Quantos pregadores que conheço que são verdadeiros especialistas na Ira de Deus, mas não sabem interpretar minimamente um texto bíblico? O pregador bíblico prega como Paulo: “Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque não me esquivei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (Atos 20.26-27). Paulo não era um pregador monotemático, mas sabia falar sobre “todo o conselho de Deus”.
4. Escrever um blog apologético/teológico não faz de ninguém um cristão sério. Como sou feliz em ser editor deste blog, mas o website é neutro na minha espiritualidade. Distribuir conselhos, como faço neste texto, soa agradável, mas não torna a minha vida melhor diante de Deus. Antes de tudo devo ter um “blog teológico” para a minha própria vida. E fazer autoavaliação no silêncio do quarto é uma das tarefas mais difíceis de exercer diante do ego gritante.
5. Seguir diariamente um devocional é edificante e agradável, mas não o torna espiritual. Não é um exercício (repetições derivadas do esforço humano) que faz uma vida boa com Deus.
Afinal de contas, o que é ser espiritual? É ler a Bíblia e orar todos os dias? Evangelizar nas tardes de domingo? É frequentar os cultos dominicais? É cantar no coral da igreja? É lecionar na Escola Dominical? É não ter vícios? É cantar cânticos tradicionais? Não, nada disso. Tudo isso é fruto da espiritualidade, mas não a sua causa. É o efeito, mas não o que impulsiona. É possível no "esforço" fazer tudo isso sem ser espiritual.
A verdadeira espiritualidade é como tudo na vida: é graça de Deus! Nós precisamos reconhecer nossas misérias para abraçarmos essa "graça santificadora".
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