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Propaganda Eleitoral Gratuita: O palco dos horrores!


O palco dos horrores denominado propaganda eleitoral “gratuita”, não tem me deixado em paz nesses últimos dias. No trabalho, no trânsito, e em casa, sou obrigado a ouvir a palhaçada sem graça dos desesperados candidatos à procura de votos. A mentira afrontosa começa logo pelo título — “Gratuita”. Como ser de graça esse pérfido desfile de comediantes de uma ópera bufa, se todo financiamento sai dos impostos exorbitantes que pagamos com o suor de nossos rostos?

É no período eleitoreiro que os “paladinos da justiça de última hora” fazem promessas fantasiosas, incabíveis e inverossímeis, adocicadas pela falsa retórica, como se fossem verdades cristalinas, quando sabemos que são movidos pelo desejo insaciável de mamar nas tetas da grande mãe que está deitada eternamente em berço esplêndido, como bem diz o nosso Hino Nacional. Na verdade, as difusas soluções miraculosas dos candidatos a cargo eletivo não passam de ilusão irracional, apregoada como empreendimentos salvacionistas.
 
Diante das mentirosas e estapafúrdias promessas dos presidenciáveis, aliadas a sórdidos procedimentos dentro de nossas instituições políticas, é que achei conveniente relembrar, aqui, trechos de um discurso proferido no Senado Federal, em 1914, por aquele que foi um dos maiores oradores de nossa história — Rui Barbosa:

“A falta de JUSTIÇA (inclusive a social), Srs. Senadores, é o grande mal de nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo o nosso descrédito é a miséria suprema desta pobre nação”.

“A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem, cresta em flor o espírito dos moços, semeia no coração das gerações que vem nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas”.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver se agigantarem os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

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