Em dias como os nossos onde parte dos evangélicos estão resgatando deliberadamente algumas práticas católicas romanas é inevitável não lembrarmos de José Maria da Conceição.
José Maria da Conceição foi o primeiro sacerdote romano a se converter a fé evangélica no século XIX. Conceição nasceu na cidade de São Paulo em 11 de março de 1822. Foi pároco em vários lugares, onde se distinguiu por sua erudição, atividade e eloquência. O Estudo da Bíblia o convenceu que a igreja em que militava se havia apartado dos ensinos de Cristo, e depois de séria meditação, mandou em 1864, ao bispo sua renúncia do cargo que ocupava.
Após sua saída do catolicismo, Conceição foi batizado e ordenado ao ministério pela igreja Presbiteriana. Consagrou-se a pregação do evangelho andando quilômetros a fio, indo de lugar a lugar completamente despreocupado de suas comodidades pessoais. Na cidade de Campanha, uma noite, onde estivera a pregar foi apedrejado até ser deixado por morto no meio da rua. Em outra ocasião, ao testemunhar da salvação em Cristo Jesus, foi bruscamente interrompido por um fazendeiro que, juntamente com seus escravos, o atacou gravemente ferido e com as vestes em farrapos.
Pois é, como Conceição inúmeros homens de Deus ao longo da história viram incompatibilidade entre a fé de Roma e o protestantismo. No entanto, infelizmente nos tempos atuais não tem sido assim. Senão vejamos: Parte dos chamados evangélicos tem pregado indiretamente que as bênçãos de Deus não são frutos de sua maravilhosa graça, mais sim, conseqüência direta de uma relação baseada na troca ou no toma-lá-dá-cá. Neste contexto, tudo é feito em nome de Deus e para se conseguir a benção é absolutamente necessário pagar e pagar alto! Por favor, responda sinceramente: Qual a diferença da oferta extorquida do povo sofrido nos dias atuais para a venda das indulgências da idade média? Qual a diferença dos utensílios vendidos no século XVI, para os comercializados em nossos templos nos dias de hoje?
Para piorar a coisa, tal práxis doutrinária e comportamental encontrou uma enorme aceitabilidade por parte da sociedade, e isto se deve ao agravante de que as pessoas deste tempo, buscam desesperadamente por experiências e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir; não querem doutrina, desejam novidades; não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes; não querem adorar, querem shows; não querem Escolas Bíblicas, querem circo; não querem o evangelho da cruz, desejam o evangelho dos milagres; não querem Deus e sim as bênçãos de Deus. Além disso, estamos vivendo um tempo de paganização, onde cultos se fundamentam em impressões e achismos. Na verdade, o que determina o sucesso do culto não é mais a Palavra, mas o gosto da freguesia. A igreja prega o que dá ibope, oferecendo ao povo o que ele quer ouvir. Esse evangelho híbrido anuncia Cristo juntamente com o evangelho do descarrego, da quebra de maldições , da prosperidade material e não da santificação, da libertação e dos decretos humanos.
Como inúmeras vezes afirmei neste blog, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica. Chego a conclusão de que mais do que nunca a igreja evangélica brasileira precisa URGENTEMENTE de uma nova reforma.
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