Fontes ligadas ao alto escalação do SBT atestam que a direção da emissora não se mostra disposta a resistir por muito tempo às tentadoras propostas feitas por igrejas evangélicas para a compra de horário em sua grade de programação.
Segundo um alto executivo da emissora ouvido pelo Estado, o próprio Alexandre Raposo, presidente da Record, teria intermediado uma proposta recente – leia-se após o aporte anunciado no Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos – propondo ao SBT a compra de horário pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Raposo, por meio da assessoria de imprensa da Record, nega que tenha feito ou faça propostas em nome da IURD.
A decisão do SBT em repensar sua resistência à locação de horários, em especial às igrejas, parte puramente dos valores que o negócio representa, o que ganha reforço nesse contexto de crise do grupo. Embora considerem a prática imoral, e já que legislação alguma dá sinais de coibir esse comércio que abastece os cofres da concorrência, Silvio Santos & Cia. refazem as contas. Estima-se que a IURD injete na Record algo em torno de R$ 500 milhões por ano.
Ao Grupo Bandeirantes, somando aí a Rede 21, locada pela Igreja Mundial do Poder de Deus, a fé renderia R$ 200 milhões ao ano. E na RedeTV!, o saldo chegaria a R$ 100 milhões/ano. Para se ter uma ideia do quanto isso valeria ao baú de Silvio Santos, o SBT fechará o ano com modestos R$ 850 milhões líquidos.
Procuradas, Record, Band e RedeTV! afirmam, por meio de suas assessorias de comunicação, que não se pronunciam sobre esses valores.
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