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Desafio do Malafaia (3)

O  Silas Malafaia pensa que basta pregar uma mensagem “bonitinha” sobre a prosperidade e desafiar seus críticos a encontrarem nela alguma heresia, para que todas as suas heresias passadas sejam esquecidas.
Grande engano. Contra as heresias proferidas, o Malafaia precisa demonstrar verdadeiro arrependimento e, em rede de televisão, as repudiar publicamente. Será que ele fará isso na próxima semana?

Duvido. Mas enfim, abaixo mais uma das heresias aceitas por esse pastor. Como estava baixando a arrecadação da oferta de salvação para toda a família por mil reais, o Cerullo voltou e baixou o preço da unção financeira dos últimos tempos, de R$ 900,00 para R$ 610,00. Mais em conta (embora ainda bem caro), mais acessível, mas tão herege quanto a oferta original.

Que Deus abra os olhos do Seu povo.

Unção financeira de R$ 900,00 por apenas R$ 610,00! (31/07/2010)

Houve tempos em que o Evangelho era pregado de graça, com e pela Graça! Hoje, porém, com a desculpa de que Deus precisa do nosso dinheiro (!) para que a obra seja feita, como se Ele não tivesse mais poder por Si só, alguns vendem unções de riqueza e até salvação. Acham que o fim justifica qualquer meio, então se a intenção é pregar o Evangelho, a forma como se financia isso não importa.

No ano passado, o  Silas Malafaia levou ao seu programa o Pr. Morris Cerullo, que lançou a profetada de que Deus derrramaria uma “unção financeira” sobre quem doasse R$ 900,00 ao programa Vitória em Cristo. A bênção tinha até data final para acontecer: 31 de dezembro de 2009. Assim, o programa arrecadou milhões, mas não informa quantos ficaram realmente milionários com a distribuição que supostamente Deus faria das riquezas mundiais.

Como expirou o prazo da venda da unção financeira (em troca, inteiramente “grátis”, o fiel ainda recebia uma Bíblia de Vitória Financeira e Batalha Espiritual), foi necessário arrumar outra forma de arrecadar dinheiro dos fiéis. Aí o Malafaia importou o Dr. Mike Murdock, que veio com uma profetada ainda maior: em troca de uma “oferta voluntária” de R$ 1.000,00, o fiel conseguiria a salvação de toda a sua família e ainda bênçãos materiais diversas. A salvação, nesse caso, literalmente se tornou um negócio. Se já é grave vender a promessa de riquezas, muito mais é vender a salvação de alguém. Mas, no atual evangelho das “metas”, está valendo. O importante são os números, financeiros e de membros de uma denominação, não as vidas.

Agora o Malafaia trouxe o Cerullão de volta novamente, com a mesmíssima história de que Deus distribuirá as riquezas mundiais entre os crentes, mas só entre os que tiverem fé suficiente para ofertar “voluntariamente” R$ 610,00. Em outras palavras, o deus deles teria prorrogado a “unção financeira”, e com um bom desconto para liquidar o estoque. Aceita-se depósitos em conta-corrente, pagamento por boleto bancário e, pelo site Vitória em Cristo, pagamento por cartão em até 6 vezes sem juros.

Eu poderia dizer mil coisas, mas a tristeza pela volta da venda de indulgências por parte da igreja evangélica brasileira não me permite. É duro pensar que a vaidade de um homem que se diz de Deus levará ensinos enganosos a lares de 127 países, ensinos de um evangelho mercantilista, sem Graça, onde a bênção precisa ser comprada com a desculpa de que o dinheiro será usado para estender o Reino. Mas, que Reino?

Não sei o deus deles, mas o Deus que eu sirvo é Todo-Poderoso e sabe, antes mesmo que peçamos, dar o que Seus filhos necessitam. Ele nos pede que não sejamos ansiosos pelo que havemos de comer, de vestir, afinal se Ele veste os lírios do campo e alimenta as aves dos céus, muito mais faz por Seus filhos. Ele não necessita que esmolemos ajuda para que Sua obra continue, seja para a construção de templos ou mesmo manutenção de programas de rádio ou tv, pois Ele tem poder para prover aquilo que vem Dele, não da vontade humana. O problema é que muitos fazem a obra por vontade própria, não pela de Deus, e nesse caso precisam recorrer a subterfúgios para manter a arrecadação necessária para prover seus caprichos, mesmo que esses tenham aparência de bem, afinal “pregar a Palavra” é bom, não é mesmo?

O apóstolo (de verdade) Paulo viajou para diversas cidades e países, e nunca precisou vender “voluntariamente” unções ou salvação para financiar seus projetos evangelísticos. Na verdade, a vida que Paulo teve enquanto na terra pregando o verdadeiro Evangelho nada teve de “vitoriosa”: sofreu naufrágios, açoites, prisão, apedrejamento, e ainda teve que conviver com um “espinho na carne”. A “vitória em Cristo” de Paulo foi nos céus, não na terra, onde as riquezas se corroem. Realmente, são bem distintos os evangelhos pregados por Paulo e por Silas (o Malafaia).

Que Deus tenha misericórdia de nós, que não sabemos discernir o que vem de Deus e o que é puramente vontade e vaidade de homens. Que o verdadeiro Evangelho volte a ser pregado, e que o falso evangelho mercantilista um dia deixe de envergonhar o Reino de Deus em cadeia nacional e internacional de rádio e tv.

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