Siga este blog também

Os "apóstolos" modernos !!!

Acredita-se que no mundo existam cerca de 10 mil “apóstolos”. Na verdade, nunca se viu tantos apóstolos como neste inicio de século. Em cada canto, em cada esquina, em cada birosca encontramos alguém reivindicando o direito de ser chamado de apóstolo.

De acordo com a coalizão internacional de apóstolos presidida por Peter Wagner, a segunda idade apostólica começou em 2001. Para Wagner, o movimento apostólico é o movimento mais importante da igreja mundial após a reforma protestante.

O movimento de restauração e o movimento apostólico:

O chamado movimento de restauração defende a tese de que Deus está restaurando a igreja. Para estes, após a morte dos primeiros apóstolos, a igreja de Cristo paulatinamente experimentou um processo de declínio espiritual culminando com a apostasia vivenciada pelos seus adeptos no período da idade média.

Com o advento da Reforma Protestante, os defensores desta teologia afirmam que Deus começou a restaurar a saúde da igreja. Segundo estes Lutero foi responsável pela redescoberta da salvação pela graça, Finney pelo vigor do avivamento, Azuza, pelo ressurgimento do batismo com Espírito Santo com evidência em falar em línguas estranhas, e agora em pleno século XXI, estamos vivendo a restauração do ministério apostólico. Os teólogos desta linha de pensamento afirmam que a restauração dos apóstolos é uma das últimas coisas a serem feitas pelo Senhor antes de sua vinda. Segundo estes, os apóstolos de hoje possuirão em alguns casos maior autoridade do que os apóstolos do primeiro século, até porque, para os defensores desta corrente de pensamento a glória da segunda casa será maior do que a primeira.

Pois é, para estes o ministério apostólico não morreu. Na verdade, tais teólogos advogam que o ministério apostólico é perpétuo e que o livro de Atos ainda continua a ser escrito por santos homens de Deus que mediante a sua autoridade apostólica agem em nome do Senhor.

Ora, inevitavelmente isto me faz lembrar os mórmons e a Igreja dos Santos dos Últimos Dias que ensinam que o corpo de escritos inspirados por Deus não se fechou, e que Deus tem muita coisa nova para dizer e para revelar aos seus santos através de seus apóstolos.

Infelizmente, assim como os mórmons, os adeptos do movimento apostólico consideram a Bíblia uma fonte importante, embora não única de fé. Para os apostólicos deste tempo, Deus através de seus profetas pode revelar coisas novas, ainda que isso se contraponha a sua Palavra. Basta olharmos para as doutrinas hodiernas que chegaremos à conclusão que os apóstolos do século XXI, acreditam entrelinhas que suas revelações são absolutamente diretivas e inquestionáveis.

Existem apóstolos nos dias de hoje? Segundo a bíblia quais deveriam ser as credenciais de um apóstolo?

1. O apóstolo teria que ser testemunha do Senhor ressurreto. Em Atos vemos os apóstolos reunidos no cenáculo conversando sobre quem substituiria a Judas. No cap. 1:21-22 lemos: “É necessário pois, que, dos homens que nos acompanham todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós , começando no batismo de João, até ao dia em que dentre vós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”. Paulo diz que viu Jesus ressurreto: “Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, Nosso Senhor?” (I Co 9:1).

2. O apóstolo era alguém a quem foi dada autoridade para operar milagres. Isso fica bem claro em II Co 12:12 - “Pois as credenciais do meu apostolado foram manifestados no meio de vós com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos”. Era como se ele dissesse: “Como vocês podem questionar meu ofício de apóstolo se as minhas credenciais foram apresentadas claramente entre vós”. Sinais, milagres e prodígios maravilhosos.

A luz destas afirmações para, pense e responda sinceramente: Será que diante destas prerrogativas os famosos apóstolos brasileiros podem de fato reivindicar o título de apóstolo de Cristo?

Por acaso algum deles viu o Senhor ressurreto? Foram eles comissionados por Cristo a exercerem o ministério apostólico? Quantos dos apóstolos brasileiros ressuscitaram mortos? E suas doutrinas? Possuem elas autoridade para se contraporem aos ensinamentos bíblicos?

Pois é, infelizmente os "apóstolos" tupiniquins não possuem respostas a estas perguntas, o que corrobora com o posicionamento da ortodoxia evangélica que acredita que o ministério apostólico cessou com a morte dos apóstolos no primeiro século. Sem a menor sombra de dúvidas considero a utilização do título "apóstolo" por parte dos pastores brasileiros como uma apropriação indevida de um ministério que não existe mais.

2 comentários:

  1. Pastor, muitos desses senhores que hoje se apresentam na tv como apóstolos não tem credênciais nem virtude para serem nem discípulos de Jesus Cristo uma vez que não praticam seus ensinamentos. Ganham tanto dinheiro e continuam indiferentes e até tiram proveito deste mundo violento e hostil que vivemos. Apóstolos que preferem comprar massões, carrões, aviões e viverem na inércia, sem nehuma iniciativa frente aos problemas sociais, corrupção, pobreza, concentração de renda, hipocrisia religiosa, e da banalização sexual. Talvês eles sejam apóstolos, mas não apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo.

    ResponderExcluir
  2. Meu amado Renato: Graça e Paz! Você é um apóstolo, se você é um enviado para pregar a Palavra onde ela não foi ouvida! Nesse sentido, você pode ser apóstolo de sua casa, de seu bairro e de sua vizinhança, mas apenas neste sentido; e nunca usando disso como um “título”, mas exclusivamente andando no espírito do apostolado. Na língua grega “apóstolo” quer dizer, simplesmente, “enviado”. Ou seja, qualquer pessoa enviada para qualquer tarefa, é um “apóstolo” no sentido normal da palavra grega. Porém, na linguagem do Novo Testamento a palavra “apóstolo” é usada para designar apenas o grupo de discípulos que Jesus enviou: os Doze; tendo havido, de modo tácito, o acréscimo posterior de Paulo, “como...um nascido fora de tempo.” Assim, além dos Doze apóstolos, esta palavra é também aplicada a Paulo, e foi reconhecida, em Paulo, pelos doze de Jerusalém; de tal forma que Paulo se tornou o apóstolo dos gentios; ou seja: dos não judeus. Portanto, neste sentido bíblico, não há mais “apóstolos” hoje. A palavra apóstolo, no grego, significa simplesmente delegado ou mensageiro, conforme eu já disse. Porém a palavra é usada na perspectiva da fé a fim de designar os mensageiros de Deus, de uma maneira ampla; todavia, sempre tem que designar “mensageiros confirmados” para levar uma mensagem credenciada. Assim, quando alguém é comissionado e é enviado para um trabalho onde ele (a) vai anunciar a Palavra para pessoas que não a ouviram, esse tal é um apóstolo; ou seja: um enviado. No grego clássico a palavra era usada para significar muitas coisas, mas principalmente a idéia de “mensageiros de Deus”, sendo usada até para os sábios da filosofia. Na Bíblia o termo é usado de modo sobremodo excelente em relação a Jesus, que é o Apóstolo de nossa alma, conforme Hebreus 3:1. Fora do grupo dos Doze, a palavra aparece em relação a Barnabé, Andrônico, Junias, e Tiago, o irmão do Senhor. Em geral, para "testemunhas da ressurreição". Depois dos Apóstolos, a palavra apóstolo tem apenas sido usada, como já vimos, para designar os primeiros missionários cristãos que levaram a mensagem para países que nunca tinham recebido a Boa Nova. Na perspectiva bíblica, a palavra “apóstolo” é, portanto, apenas usada para designar os Doze; ou, também, em um sentido muito mais restrito, pode ser usada para designar os “enviados” de uma igreja, e que são comissionados para servir em outras igrejas, com finalidades bem definidas, ou levar a Palavra longe, onde ela nunca foi ouvida como tal. Ora, nesse sentido, e apenas nesse sentido, Lutero e Calvino foram apóstolos; assim como Sadú Sundar Sing, na Índia; ou Frederico Orr, nas barrancas do Rio Purus, no Amazonas—isto para não mencionarmos milhares de outros irmãos. Hoje, se vê uso abusivo, hierárquico, político, promotor de superioridades, e jactancioso que se fez dela nos últimos 12 anos no meio evangélico; especialmente depois do movimento das Comunidades e do G12.“Apóstolo” não é título, é dom, é chamado, e é acompanhado pela vida que corre o risco dos novos exploradores da Terra; e que vão...não atrás de honras, mas de seres humanos; sempre no desejo de levar as Boas Novas onde elas ainda não foram ouvidas.

    Nele, que é o nosso único Apóstolo, e em Quem somos erigidos como Igreja no Fundamento dos Apóstolos e Profetas, segundo o Espírito e o Testemunho da Ressurreição.

    ResponderExcluir