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MATEI UM HOMEM

Matei um homem e não fui algemado. Matei um homem e não fui interrogado. Matei um homem e os policiais não vieram atrás de mim. Matei um homem e continuo livre.

Esse homem morreu há mais de dois mil anos, e o seu sangue era (é) inocente. Ele foi flagelado, humilhado, escarnecido por homens vis e pecadores. Sua inocência e desprendimento em amar subverteram os sórdidos planos de um mísero demônio que sonhou ser igual a Ele.

Matei um homem e não sinto remorso. Estranho! Imaginá-lo ensanguentado e indefeso ante o ódio dos seus adversários me causa pavor, e me retrai as minhas entranhas insignificantes, revelando o quão pobre eu era antes de sua morte.

Imaginá-lo morto e sepultado eternamente, aí sim me causaria muito remorso. O pai do homem que eu matei não me desejou mal, não me levou à justiça dos homens e não me culpou por assassinato. Aliás, a morte do seu Filho provocou a minha reconciliação. A justificação se deu pela morte do seu único e amado Filho.

Hoje, entendo porque não fui algemado após a sua morte. A explicação é bem simples: antes de sua morte eu já estava algemado, acorrentado e sujeito ao interrogatório do mísero demônio que sonhava com minha transferência para o seu time. Antes de sua morte pensava estar livre, mas estava condenado à morte.

O homem que matei carregou sobre os ombros os meus pecados. Ele morreu em meu lugar. Morte de cruz! Graças a Ele posso dar saltos de alegria porque estou livre da condenação e do juízo vindouro. Ele venceu a sepultura, os prognósticos pessimistas, aleluia! Eu vou para o céu, e você?

Deus lhe abençoe

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