Em nosso tempo, os teólogos e “novos pensadores” do cristianismo têm arvorado diversas bandeiras diferentes. O cenário teológico está cada vez mais conturbado, e movimentos estranhos surgem com uma rapidez nunca vista. As linhas que regem as crenças do “nova espiritualidade” são as mais diferentes possíveis, podendo variar do marxismo teológico à espiritualidade medieval, ou mesmo do neoliberalismo ao teísmo aberto. Contudo, parece haver um ponto em que os novos pensadores estão de acordo: Todos eles, em maior ou menor proporção, duvidam que toda a bíblia seja a Palavra de Deus inspirada, e alegam que o texto original foi modificado. Ao que parece, a tendência é conservar o elemento místico do cristianismo, sem contudo submeter-se à autoridade da Bíblia como regra de fé.
Na contramão deste movimento está o filósofo, teólogo e fundador do Southern Evangelical Seminary, dr. Norman L. Geisler. Em seu livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu” (Ed. Vida), ele afirma que 99,9% do conteúdo do NT é livre de real preocupação, e que nenhuma doutrina central do cristianismo repousa sobre um texto duvidoso. J. B. Payne em sua obra “Enciclopédia de profecias bíblicas” apresenta 191 profecias relacionadas ao esperado Messias e Salvador judeu, e mostra como todas foram cumpridas literalmente na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus de Nazaré. Também Josh McDowell, um dos mais importantes apologistas contemporâneos, fala de mais de 300 referências ao Messias contidas no Antigo Testamento, as quais se cumpriram em Jesus. Todos estes fatos somados compõem um forte argumento em favor da autoridade e inspiração das Escrituras.
Até mesmo o agnóstico e crítico do Novo Testamento, Barth Ehrman admite que “na verdade, a maioria das alterações encontradas no início de manuscritos cristãos nada tem a ver com teologia ou ideologia”. Segundo ele, tais alterações em muitos casos não passam de “erros ortográficos e acidentais”. Considerando que o NT possui cerca de 5.700 manuscritos, conclui-se que é possível reconstruir o texto à partir da comparação das cópias existentes, de modo a afirmar que o texto atual é bastante fiel ao que foi o texto original, descartando a hipótese de que o texto foi gravemente modificado para servir aos interesses da religião, teoria que quando avaliada à luz de argumentos sólidos mais se assemelha àquelas esdrúxulas teorias conspiratórias que circulam na internet.
Estas e tantas outras evidências que são apresentadas em favor do cristianismo são suficientes para dizer que o texto da bíblia conserva todas as idéias originais do cristianismo, sendo totalmente digno da nossa apreciação e crença. O argumento dos neoliberais brasileiros, no entanto, carece de confirmação e está baseado em falácias óbvias que já foram amplamente desmascaradas ao longo da história.
Por isso, e por muitos outros fatos que não caberiam neste breve artigo, afirmo sem nenhum receio minha crença na Bíblia. Não crer em tantas evidências seria o mesmo que pecar contra minha própria consciência.
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