A diferença entre megalofobia e megalomania é muito grande. Os que sofrem da megalofobia têm medo doentio de coisas grandes. Os que sofrem de megalomania têm paixão doentia por coisas grandiosas demais.
O paciente do delírio de grandeza entende que ele é uma personalidade preeminente num meio específico. Por exemplo, no ambiente do poder, no ambiente científico, no ambiente artístico, no ambiente financeiro, no ambiente religioso.
Naturalmente, o megalomaníaco é presunçoso. Mas nem todo presunçoso é megalomaníaco. Há pessoas intoleravelmente soberbas que sofrem de um distúrbio ético e não mental. Elas são relaxadas quanto à prática da humildade e não a conservam. Se o vaidoso não se cuidar, nada impede que ele venha a se tornar megalomaníaco. Assim como o bebedor ocasional de vinho pode tornar-se num dependente de álcool.
A auto-exaltação é tão humana e tão perigosa que Deus achou por bem não retirar o espinho que havia na carne de Paulo para impedir que o apóstolo se exaltasse “por causa da grandeza das revelações” (2 Co 12.7). A soberba descontrolada endoidece e obriga o vaidoso a falar bobagens. O rei do Egito, por exemplo, declarou: “O [rio] Nilo é meu; e o fiz para mim mesmo” (Ez 29.3). A tradição diz que Simão, aquele mágico de Samaria que queria comprar o Espírito Santo para ter mais poder (At 8.18,19), teria pulado do pináculo do templo à vista de uma enorme multidão na certeza de que faria uma proeza que Jesus não teve coragem de fazer.
O crente deve prevenir-se tanto da megalofobia como da megalomania, tanto da timidez como da arrogância. As Escrituras o obrigam a fugir de ambos os extremos. Não deve ter medo do Golias que há por aí nem das “portas amplas e promissoras” que Deus vai abrindo diante de seus olhos (1 Co 16.9). Mas deve ter medo da auto-avaliação demasiadamente generosa.
O modelo do salmista deve ser observado:
“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas demais para mim” (Sl 131.1).
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