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Melhor abrir uma igreja que abrir um buteco. Será?

 
Dizem que no Brasil as igrejas estão aumentando, e a experiência pessoal comprova a tese: basta um breve passeio pelas ruas e avenidas dos nossos grandes centros para constatar a enorme quantidade e variedade de igrejas evangélicas. Assombrosas também são as razoes porque as mesmas são fundadas; quase sempre, um desentendimento ou rejeição de uma doutrina superficial, que abre as portas para a divisão do grupo e culmina na criação de uma nova denominação, que irá funcionar em uma garagem alugada.

Toda esta “multiplicação” de igrejas (penso que divisão seria a palavra mais adequada em muitos casos) tem gerado um outro problema, que é a falta de pastores qualificados para tais funções. Nas igrejas tradicionais, é necessário que o vocacionado ao ministério pastoral seja treinado em um seminário formal. Falta, porém, o ensino prático e ministerial. Nas pentecostais não é necessário possuir diploma de teologia, mas ele precisa ser ordenado, e a ordenação geralmente depende de algum pastor presidente ou do reconhecimento da convenção de ministros. Em muitos casos, o nepotismo e a política de interesses fica evidente. Nas neopentecostais, não sei exatamente como funciona, mas confesso que as vezes tenho a impressão que são selecionados aqueles que possuem maior lábia! Além disso, há em nosso país uma infinidade de igrejas independentes, quase sempre de linha pentecostal ou neopentecostal, dissidentes das igrejas pentecostais históricas, nas quais não existem critérios para a ordenação.

A falta de preparo ministerial e teológico, que já era problema nas igrejas pentecostais e neopentecostais, torna-se ainda mais grave, abrindo passagem para situações absurdas como se pode ver no vídeo à seguir:


Diante de tudo o que tem sido exposto, penso que é hora de rever aquela velha máxima, sempre repetida pelos crentes que defendem o atual estado das coisas, e que quando são confrontados com o sistema capenga que predomina nas novas agremiações evangélicas (que de evangelho muitas vezes não possuem nada), repetem o já desgastado bordão: “Ah, mas é melhor abrir uma igreja do que um buteco”. Mas será que isso é verdade? Do ponto de vista mercadológico, acredito que sim, pois o tal “evangelho” tem se mostrado um negócio promissor, onde é possível se obter um ótimo retorno financeiro com o menor investimento possível.

Seguindo meu devaneio, chego a pensar que se no lugar de cada igreja neopentecostal houvesse um bar, o prejuízo para o evangelho seria menor, pois ao menos aqueles que se encontram nos bares da cidade sabem que são ignorantes quanto ao evangelho, podendo ser alcançados através de nossos esforços missionários. Já os membros das igrejas neopentecostais, coitados, pensam que sabem tudo e ficam extremamente doloridos se alguém lhes mostra a verdade. Assim, se eu tiver que escolher entre alguém perdido, mas acessível, e alguém perdido e alienado, fico com a primeira opção, pois é muito mais fácil evangelizar um bêbado que sabe que está perdido do que convencer um idólatra da IURD, uma vez que o segundo não bebe, não fuma e dá o dízimo, coisas que segundo o sistema vigente podem assegurar a salvação da alma.

Sendo assim, acho que vou orar para que cada igreja apóstata feche as portas e que em seu lugar seja aberto um aconchegante buteco, e “de quebra”, peço a Deus para que os pseudocrentes auto-suficientes e engomadinhos que vivem correndo atrás de unção e fazendo barganha com deus (sim, propositalmente descrito com letra minúscula, pois um deus que se vende não vale quanto pede) caiam do pedestal gospel onde estão e enfiem a cara na cachaça! Quem sabe depois disso, quando eles estiverem todos bêbados e perdidos, decidam dar lugar à mensagem do evangelho? A idéia parece interessante, por várias razoes. Eu, por exemplo, jamais fui impedido de compartilhar o evangelho dentro dos bares das cidades onde estive. No entanto, falar de evangelho aos amigos neopentecostais está cada vez mais difícil.

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