A Justiça determinou na última sexta-feira (20) o fechamento imediato do templo da Igreja Mundial do Poder de Deus no bairro Brás (região central de São Paulo). A Igreja está sujeita a uma multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento. A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda da Capital, também determinou que a prefeitura não emita mais licenças provisórias de funcionamento e que revogue a licença atualmente em vigor.
A sede já havia sido fechada pela prefeitura no fim do ano passado, mas foi reaberta com um alvará provisório em fevereiro deste ano. Nos dias em que a sede permaneceu fechada, apareceram uma enormidade de cartazes colados nas imediações do Brás. Neles, o prefeito Gilberto Kassab, apontado como um dos artífices do fechamento da Igreja Mundial, aparece com chifres, personificando o “demônio”. Durante os 53 dias em que o megatemplo do Brás ficou lacrado, o prefeito também sofreu duros ataques de Valdemiro Santiago, fundador da igreja, o qual detém várias horas de programação na televisão.
Pedidos exorbitantes e nenhum benefício concreto:
Na primeira vez que a Igreja Mundial teve o templo lacrado, Valdemiro lançou uma campanha de redes ungidas. Como de costume, chorou na frente das câmeras ao convocar 150 mil fiéis a ofertarem 153 reais, simbolizando os 153 peixes da pesca milagrosa, totalizando R$ 22.950.000. A justificativa: O dinheiro seria aplicado na adequação da sede às normas exigidas pela prefeitura e defesa civil. No entanto, apesar da arrecadação, o templo não se acomodou aos padrões de segurança exigidos, sendo novamente clausurado. Fica agora a dúvida sobre o destino dos quase 23 milhões de reais da campanha, uma vez que a sede não foi reparada, como havia sido proposto.
Novo apelo financeiro:
Aproveitando a comoção dos fiéis que têm novamente o templo embargado, Valdemiro Santiago faz um novo pedido, e oferece outro talismã da sorte. Desta vez não se trata de rede ungida, mas um martelinho de madeira, que segundo o líder da seita, representa “decisão”. O preço da bênção é de 1000,00 reais, e o apóstolo se diz confiante em que vai receber ajuda de 10 mil pessoas, contabilizando assim 10 milhões de reais. Pode-se dizer que este é o martelo mais caro que já se viu até hoje. Tudo em nome da “obra”, como sempre.
Segundo a Promotoria que impôs o novo embargo, o local funciona à base de alvarás temporários e não atende normas de segurança. O limite de lotação da sede, de 8,4 mil pessoas, seria descumprido pela Igreja. Com o grande número de pessoas, as "rotas de fuga" ficam bloqueadas, dificultando uma evacuação em caso de emergência.
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