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Crônicas do Shofarista: Com quantas pedras se faz uma macumba gospel?

Por Shofarista

Crônicas do Shofarista é uma série escrita por um ex-gedozista que conheceu o submundo do neopentecostalismo apostólico. Evitamos mencionar nomes para preservar a identidade do autor e das pessoas envolvidas nas histórias.

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Olá amigos!


Muito bacana a reação dos leitores no primeiro post… se tudo der certo, isso ainda vira livro, hein? Já pensou? Eu, um Best-Seller?

Falando sério, estas reflexões me lembram de como eu era místico, preso a símbolos, objetos mágicos, quinquilharia religiosa! Com a “insuficiência da cruz”, insistíamos em coisas palpáveis… o neopentecostalismo está mais próximo do Catolicismo Romano medieval que de qualquer outra coisa! E pior, as vezes se parece mais com esoterismo que com cristianismo. E eu explico e ilustro essa parada!

O Shofarista, acompanhado de seu irmão de sangue e do inquestionável e irrepreensível líder, que posteriormente viera a ser apóstolo, o pastor Claicão Manto de Fogo, foram para uma cidade serrana com intuito de pegar pedras para um ato profético. Mas a lambança foi tanta… Acontece que os experts aprendizes judaizantes resolveram descer um rio de bóia, opa, melhor dizendo, câmera de pneu de caminhão… e o que era para ser uma simples subtração de recursos naturais (nota: é terminantemente proibido remover as pedras do rio, e pode ser punido como crime ambiental), quase deu morte! O ato profético para liberação de territórios quase virou ato fúnebre, rá!

Recuperados do susto, voltamos a uma das 12 Tribos, ou melhor, voltamos para nossa sinagoga (caramba!), retornamos para igreja. Lá estavam conosco, lindas pedras polidas pela água… que seriam então utilizadas num ato profético. Para quem ainda não sabe, vai a explicação do mestre Shofarista: ato profético é uma ação feita no mundo natural para mover o sobrenatural! Bonito né?

Chegando a data lá foi o Shofarista, o proto-apóstolo e os zumbis gedozistas seguidores do culto estranho para o tal ato. O objetivo: fechar as entradas e saídas do bairro para a influência de espíritos malignos. A lógica era simples: Se os macumbeiros faziam despachos nas esquinas e encruzilhadas, nós deveríamos ir nesses locais e fazer uma ‘boacumba’, para cancelar a ‘macumba’, rá!

Ao toque do Shofar, fizemos o ato profético, enterrando as pedras nas esquinas e deitando óleo ungido nelas. Críamos piamente que assim o povo do bairro se converteria, pois com esse ato entregávamos o local para Gezuiz (nota: na época a gente cria que o Soberano do universo tinha perdido a escritura da cidade para o capiroto dos infernos…).

(Detalhe, o mais robusto mineral, a pedra mais maior de grande, ficou sobre o altar, como um marco de nosso ato profético (essa pedra mãe viria a ser utilizada futuramente, mas isso fica para outra crônica).

Depois de um tempo constatamos o resultado do ato: NADA! Nada mudou.

Mas é assim na atmosfera dos místicos, se o tarô não funciona, partapara as runas! Se enterrar pedra ungida não funfou, vamos tentar outra coisa, menos fazer xixi para demarcar o território.

E como nos domínios neopentecostais a coisa anda assim também, precisamos de outros atos proféticos! Quer a receita? Quer saber como? Quer pagar quanto?!

Volte semana que vem e veja que a invenção de Santos Dumont também serve para libertar os territórios.

De seu ungido amigo, Shofarista.

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